Clipping Banco Central (2021-02-22)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

O Estado de S. Paulo/Nacional - Espaço Aberto
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021
Banco Central - Perfil 1 - Banco Central

conjunto, faziam o Estado abrir mão de R$ 43 bilhões
anuais, que poderiam ser direcionados à população.
Houve o cuidado de preservar os itens da cesta básica,
que afetam a população carente. Alterações em
impostos provocam desgaste. Aberto ao diálogo, o
governo ouviu diversos setores e fez ajustes. Reduzir
benefícios e cortar gastos neste momento é questão de
responsabilidade.


A defesa de medidas de responsabilidade fiscal é
inglória. Uma gestão com as contas em dia proporciona
uma normalidade com que os cidadãos se habituam, de
modo que nem notam os efeitos positivos. Infelizmente,
temos muitos exemplos de falta de responsabilidade
fiscal. Entre 2011 e 2015, o governo federal ampliou a
concessão de subsídios e renúncias fiscais com a
intenção de incentivar o crescimento. A combinação
disso com o aumento do gasto público levou a uma
recessão brutal. Entre maio de 2015 e maio de 2016, o
PIB recuou 5,2%, a maior recessão da história recente
até aquele momento para um país que não estava em
guerra. Ainda hoje o governo federal deixa de arrecadar
cerca de R$ 300 bilhões anuais em subsídios, o
equivalente a 4% do PIB.


São Paulo não passa por problemas financeiros porque
tem coragem de tomar medidas duras, como as que
toma agora, para manter em ordem as contas públicas.
Está entre os Estados mais bem avaliados na área e se
mantém rigorosamente dentro dos parâmetros de
prudência da Lei de Responsabilidade Fiscal. Graças a
esse cuidado, tivemos recursos para investir na ciência
e colher os frutos com a Coronavac.


Todas as esferas de governo precisam manter-se
dentro dos limites fiscais. Tenho defendido a ideia de
que, após a justificada expansão do gasto público em
2020, é imprescindível a manutenção rigorosa do teto
de gastos em 2021 para preservar o futuro da
economia. Se há necessidade de mais gastos sociais, é
preciso encontrar espaço dentro do teto. Para isso é
preciso fazer reformas, como São Paulo está fazendo.
Não podemos fugir da realidade: momentos dramáticos
exigem medidas duras e sacrifícios de todos para
podermos sobreviver à pandemia e criar empregos e


renda com a retomada econômica.

A pior situação possível seria sair da crise sanitária e
entrar numa crise fiscal

ECONOMISTA, SECRETÁRIO DA FAZENDA E DO
PLANEJAMENTO DO ESTADO DE SÃO PAULO, FOI
MINISTRO DA FAZENDA (2016-2018), PRESIDENTE
DO BC (2003-11) E PRESIDENTE MUNDIAL DO
BANKBOSTON

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