Clipping Banco Central (2021-02-22)

(Antfer) #1

'Bolsonarismo radical não se importa com a pauta do País


Banco Central do Brasil

O Estado de S. Paulo/Nacional - Política
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021
Banco Central - Perfil 1 - Reforma da Previdência

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Autor: André Shalders


ENTREVISTA


Marcelo Ramos, vice-presidente da Câmara dos
Deputados


O vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM),
avalia que o bolsonarismo radical atrapalha a agenda
econômica do próprio governo de Jair Bolsonaro ao
ocupar o tempo do Legislativo com polêmicas como a
prisão do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ). No
segundo mandato federal, Ramos, de 47 anos,
começou sua vida política na esquerda, como filiado ao
PC do B. Foi eleito outras duas vezes deputado
estadual. Agora, no segundo principal cargo na Mesa
Diretora comandada por Arthur Lira (PP-AL), um político
aliado ao Palácio do Planalto, o parlamentar se
considera "independente" em relação ao governo.


Ele criticou medidas recentes, como os decretos que
ampliaram a posse e o porte de armas para caçadores,
atiradores e colecionadores. Mesmo diante das
divergências, Marcelo Ramos diz que não é o "Hamilton


Mourão" de Lira - o vice-presidente da República se
notabilizou nos últimos dois anos por discordar em
público de Jair Bolsonaro.

O sr. expressa com frequência opiniões críticas ao
governo de Jair Bolsonaro, do qual o presidente da
Câmara, Arthur Lira, é aliado. O senhor é uma espécie
de Hamilton Mourão de Lira?

Claro que não. Eu sou absolutamente alinhado com o
deputado Arthur Lira. Reconheço que o papel de
liderança e representação da Câmara é dele, porque ele
foi legitimamente eleito para isso. Agora, eu fui para a
composição da chapa com o deputado com meu
histórico parlamentar e de vida. O meu histórico é o de
um político moderado, independente em relação ao
governo Bolsonaro.

O vice-presidente Mourão também é "independente" em
relação ao presidente Bolsonaro.

É absolutamente diferente. O vice-presidente Mourão foi
eleito na chapa; na Câmara são votações individuais.
Eu sou absolutamente alinhado ao deputado Arthur Lira.
Acontece que, nas pautas de costumes do governo
Bolsonaro, eu não tenho alinhamento com isso. Ele já
sabia disso antes de nós compormos. Não acho que um
país que tem 14 milhões de desempregados, mais de
220 mil mortos pela pandemia (na sexta-feira , o total
era de 244.765 óbitos), quase 800 mil micro e pequenas
empresas fechadas por conta da pandemia, tem que
estar discutindo questão de gênero em escola ou arma.
Nós temos coisas mais importantes para resolver. Eu
acho que o problema é a hostilidade desse debate de
costumes.

Na quinta-feira, o presidente Arthur Lira foi se encontrar
com o Bolsonaro para falar sobre o caso Daniel Silveira
(preso por gravar um vídeo com ameaças ao STF). O
senhor acha que é adequado consultar o presidente da
República sobre como agir quando se trata de um aliado
dele?
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