Clipping Banco Central (2021-02-22)

(Antfer) #1

Energia solar: oportunidades e desafios


Banco Central do Brasil

O Estado de S. Paulo/Nacional - Notas e Informações
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021
Cenário Político-Econômico - Colunistas

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A energia solar está em franca ascensão no Brasil. Em
2020, o País dobrou sua capacidade instalada, e tudo
indica que repetirá o feito em 2021. Apesar disso, a
proporção de consumidores ainda é irrisória. Mesmo
com a brusca queda dos custos associada ao fato de
que o Brasil tem uma das melhores irradiações solares
do mundo, a expansão dessa matriz ainda dependerá
de metas ambiciosas, políticas públicas sólidas,
planejamento de mercado e bons quadros regulatórios.


Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar
Fotovoltaica (Absolar), em 2020 a capacidade instalada
saltou de 4,6 gigawatts (GW) para 7,5 GW, potência
suficiente para iluminar 3,7 milhões de domicílios. A
previsão é de que em 2021 essa taxa alcance 12,6 GW.


Desde 2012, quando a energia solar despontou
comercialmente no País, o seu preço caiu em 80%. O
custo atual - cerca de US$ 20 por megawatt-hora - fica
abaixo de todas as outras fontes, exceto a geração
eólica. Equipamentos que há dez anos custavam R$ 30
mil hoje são encontrados pela metade do preço,
tornando o cenário mais atrativo para domicílios e
estabelecimentos comerciais. "Hoje em dia, deixou de


ter só um apelo ambiental, como era anos atrás, e
passa por uma questão financeira", disse ao Estado
Rodolfo Meyer, presidente do Portal Solar, a maior
plataforma de energia solar do País. "As pessoas
instalam realmente para reduzir a conta de luz."

Nos próximos anos, a expansão estará condicionada ao
desenvolvimento de baterias que poderão armazenar
energia, possibilitando a independência do consumidor
em relação às distribuidoras de energia. Segundo
Roberto Brandão, do Grupo de Estudos do Setor
Elétrico da Universidade Federal do Rio de Janeiro, se
essa questão for resolvida, a energia solar tem potencial
para liderar a matriz elétrica brasileira. Hoje a sua fatia
ainda é comparativamente pequena: 1,6%. Em termos
de capacidade instalada, o Brasil está na 16.a posição
no mundo.

Entre os desafios para o de- senvolvimento da matriz
fotovoltaica no Brasil, os especialistas apontam a
conscientização da população. Os benefícios são
vários. Do ponto de vista ambiental, a energia solar,
além de ser uma fonte limpa, renovável e inesgotável,
reduzirá a necessidade de inundar grandes áreas
verdes para construir usinas hidrelétricas.

Além disso, há os benefícios econômicos. O setor é
uma locomotiva para a geração de empregos. Dos
cerca de 11 milhões de empregos gerados pela cadeia
de renováveis no mundo, um terço provém da fonte
solar. Casas que produzem energia por meio de suas
próprias instalações fotovoltaicas podem economizar
até 95% do valor de sua conta de luz. O sistema
também é uma solução rápida para áreas remotas,
onde não existe fornecimento de energia.

Há desvantagens, notadamente relacionadas às
dificuldades de armazenamento. Mas trata-se de um
empecilho de ordem técnica que, tudo indica, deve ser
removido em pouco tempo.

Pesquisas levantadas pela Absolar apontam que 93%
dos brasileiros gostariam de gerar energia renovável em
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