Clipping Banco Central (2021-02-22)

(Antfer) #1

Venda de refinarias da Petrobrás vira dúvida


Banco Central do Brasil

O Estado de S. Paulo/Nacional - Economia
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021
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Autor: Cristiane Barbieri


Tão importante quanto uma eventual mudança na
política de preços dos combustíveis, com a Petrobrás
sob o comando do general Joaquim Silva e Luna, é
saber se a estatal manterá o plano estratégico de
negócios traçado nas últimas gestões, dizem analistas.
Especialmente em relação às vendas de ativos, com a
prioridade dada à exploração do pré-sal e a saída de
áreas menos rentáveis para a companhia.


Silva e Luna, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro
para ocupar a presidência da estatal no lugar de
Roberto Castello Branco, já veio a público dizer não ver
possibilidade de interferência nos preços dos
combustíveis, uma vez que a decisão sobre o tema é
colegiada. Mas que é preciso enxergar, além dos
acionistas e do lucro, o impacto causado pela empresa
em toda a população. A intervenção foi feita após
pressões dos caminhoneiros, por conta do aumento dos
combustíveis.


"As refinarias ( que estão no programa de
desinvestimento) vendem derivados", diz Gustavo


Loyola, sócio da consultoria Tendências. "Se elas não
pertencem mais à Petrobrás, como ela vai poder
controlar os preços?" Além disso, diz Loyola, a visão de
generais não costuma historicamente ser pró-
privatização. "Será que ele vai continuar nesse
programa ou ter a confiança de potenciais
compradores?", diz.

Na prática, a dúvida dos analistas - e também dos
investidores - é saber se Silva e Luna comandará a
petroleira de maneira profissional ou se obedecerá às
demandas do Palácio do Planalto. "O Silva e Luna é
mais um pau mandado, mais um (ministro da Saúde ,
general Eduardo) Pazuello", diz Alexandre
Schwartsman, ex-diretor do Banco Central (BC),
referindo-se à percepção de que o general à frente da
Saúde teria permanecido no cargo apenas por não ter
contestado as convicções de Bolsonaro em relação ao
combate à pandemia, ao contrário de seus
antecessores.

Para Sergio Werlang, também ex-diretor do BC, porém,
o governo entende a necessidade de continuar o
programa de vendas da Petrobrás e a importância das
privatizações em andamento. "Há (no governo) a
compreensão de que a privatização é algo que ajuda a
melhorar contas públicas e evita gastos públicos", diz
Werlang. "Não vejo por que (a troca de comando)
atrapalharia privatização da Eletrobrás ou dos Correios,
colocando-se uma golden share, que dê conforto à ala
mais nacionalista."

Queda. O consenso é que a incerteza deve fazer o
preço dos ativos cair. Aumenta a incerteza dos
investidores interessados sobre o retorno dos negócios
à venda e as áreas em que atuarão - o que reflete
diretamente sobre o valor final de eventuais ofertas. "O
problema é que um fato desse, com a Petrobrás, é
ainda mais grave porque a empresa já vem de processo
extremamente traumático", afirma Carlos Kawall, da Asa
Investments.

Petroleira mais endividada do mundo, por conta da
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