Clipping Banco Central (2021-02-22)

(Antfer) #1

Bolsonaro pressiona por redução na luz com R$ 70 bi de fundo e tributos


Banco Central do Brasil

Folha de S. Paulo/Nacional - Mercado
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021
Banco Central - Perfil 1 - Paulo Guedes

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Autor: Julio Wiziack e Bernardo Caram


Brasília - O presidente Jair Bolsonaro (sem partido)
pressiona as equipes econômica e de energia por
medidas para baixar a conta de luz. A ideia é usar R$
70 bilhões de um fundo setorial e tributos federais para
reduzir tarifas.


O movimento é feito atento à reeleição. A investida
ocorre após a intervenção política na Petrobras.


Na sexta-feira (19), o presidente indicou o general
Joaquim Silva e Luna para comandar a estatal em
substituição ao economista liberal Roberto Castello
Branco.


Neste ano, o reajuste tarifário estimado pela Aneel
(Agência Nacional de Energia Elétrica) será de cerca de
13%. No sábado (20), Bolsonaro afirmou que vai "meter
o dedo na energia elétrica, que é outro problema
também".


O presidente disse que mais mudanças ocorrerão nesta
semana. A promessa foi feita um dia após ter anunciado
a troca de presidência na Petrobras.

"Assim como eu dizia que queriam me derrubar na
pandemia pela economia fechando tudo, agora
resolveram me atacar na energia", disse Bolsonaro a
apoiadores em Brasília.

Assessores do Planalto afirmam que uma das propostas
para conter a alta é a destinação de R$ 20 bilhões do
Orçamento do governo para a CDE (Conta de
Desenvolvimento Energético) - fundo setorial financiado
por consumidores para criar políticas públicas, como
redução de tarifas, especialmente para os mais pobres.

As discussões no momento giram em torno da manobra
fiscal necessária para permitir uma injeção de recursos
desse porte no momento em que o governo também
pretende estender o auxílio emergencial para aqueles
que ainda sofrem os efeitos da pandemia do
coronavírus.

Essa medida deverá ser combinada com outra já em
curso na Aneel. A agência reguladora estuda como será
a devolução de cerca de R$ 50 bilhões pagos a mais
pelos consumidores nas contas de luz.

Esse valor foi cobrado a mais pela incidência de PIS e
Cofins sobre o ICMS das tarifas de energia. Em março
de 2017, o STF (Supremo Tribunal Federal) reconheceu
a cobrança como indevida e determinou a devolução.

A Aneel está calculando de que forma essa devolução
será feita. Recentemente, o diretor-presidente da
agência, André Pepitone, afirmou que esse recurso
pode promover uma redução tarifária de 27,8%.

A proposta, segundo ele, é que isso ocorra ao longo de
cinco anos. Daria então uma queda de 5% ao ano.
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