e Salkantay, a 4.650 metros. Para
isso, o segundo dia funcionou co-
mo uma espécie de treinamento
com uma caminhada íngreme que
nos levou até um estonteante lago
esmeralda que emoldura a monta-
nha de Humantay. No ponto alto
da trilha, fui convidada a participar
do “Pago a La Tierra”, uma cerimô-
nia andina conduzida por um líder
espritual local que acompanhava
meu grupo. O ritual funciona como
uma oferenda de agradecimento
j ́0me 7erraμ com Áores, doces,
velas, folhas, sementes e pisco.
Cercados de um cenário majesto-
so, aproximamo-nos em silêncio
e compartilhamos das preces que
eram entoadas.
À noite, já no lodge, nos reu-
nimos em volta da fogueira no
jardim sob uma noite estrelada
para queimar as oferendas e ou-
vir histórias sobre as cerimônias
incas de adoração ao Deus Sol. Em
algumas delas, as mais belas jovens
do reino, as chamadas Virgens do
Sol, eram escolhidas para serem
sacrificadas
No dia seguinte, apesar das
muitas preces, a manhã surgiu
chuvosa. O que nos salvou foi To-más, o funcionário de apoio, que
nos seguia com seu cavalo de no-
me Jesus, levando roupas de frio
extras e capas de chuva. Ao to-
do, foram oito horas de trekking,
metade montanha acima, metade
montanha abaixo. Esse foi o dia
mais intenso, em todos os senti-
dos. Caminhei sob chuva. Avistei
horizontes fantásticos. Senti o frio
queimando a ponta dos dedos. E,
por fim, celebrei com entusiasmo
a chegada ao Wayra Lodge, que
parecia ainda mais quentinho e
aconchegante do que os outros.
Em pouco mais de uma hora de-
pois da chegada, todas as roupas
da trilha já estavam lavadas e se-
cas, e a mesa posta para o jantar.FOTOS: DIVULGAÇÃOO Salkantay Lodge e um
almoço tradicional
peruano; ao lado, a
jacuzzi do Soray Lodge