21IA DETETA
MUTAÇÕES DO
CORONAVÍRUS
A semelhança entre linguagem e sistemas
biológicos é maior do que se pode supor.
Estudos feitos no MIT, coordenados pelo
biólogo computacional Bonnie Berger, têm
vindo a mostrar que o processamento de
linguagem natural pode ser muito eficaz a
prever as mutações que permitem aos vírus
escapar ao sistema imunitário. A ideia de
base, defendida pelos cientistas num artigo
publicado na revista Science, é que a inter-
pretação de um vírus pelo sistema de defesa
é análoga à interpretação de uma frase por
uma pessoa. Nos modelos de estudo, foram
usados o vírus da gripe, o HIV e é claro o novo
coronavírus, em duas abordagens linguís-
ticas diferentes, a gramatical e a semântica
(ou por significado). “A robustez genética ou
evolutiva de um vírus – como a capacidade
de infetar o hospedeiro – pode ser inter-
pretada em termos de correção gramatical.
Uma infeção bem sucedida é gramatica-
mente correta”, lê-se na revista do MIT. Já
as mutações podem ser interpretadas em
termos de semântica. “Vírus com diferentes
mutações podem ter significados diferentes
e um vírus com significado diferente pode
necessitar de diferentes anticorpos para que
seja lido.” Treinado o algoritmo, o objetivo
é identificar mutações que permitem que os
vírus escapem ao sistema imunitário. S.S.DUAS NOVAS
GALÁXIAS GIGANTES
Numa pequena região do céu, um grupo de astrofísicos, no qual se inclui o
investigador do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, José Afonso,
encontrou não uma mas duas novas radiogaláxias gigantes – os maiores
objetos do Universo, que projetam jatos de matéria da sua região central até
muito além dos limites da própria galáxia. Detetáveis nas frequências rádio,
conhecem-se menos de mil destes objetos, pelo que se pensava que eram
relativamente raros. Agora esta dupla descoberta vem lançar fortes suspeitas
de que afinal “as radiogaláxias gigantes não são assim tão raras”, sublinha
José Afonso, professor na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
Só o desenvolvimento de radiotelescópios, como o MeerKAT, instalado na
África do Sul, que apanhou os sinais, permite identificar objetos desta na-
tureza. Apesar de ser um telescópio de teste, em preparação para o grande
super-telescópio SKA, que será instalado naquele país e também na Aus-
trália, num dos maiores projetos científicos da história, já foi possível extrair
dados de qualidade, divulgados num artigo científico publicado na Monthly
Notices of the Royal Astronomical Society. São visíveis em cada uma destas
galáxias dois jatos opostos, típicos de galáxias com núcleo central ativo, de
enorme dimensão, estendendo-se pelo espaço intergaláctico. “Temos estado
a detetar apenas ‘o topo do iceberg’ da população de radiogaláxias gigantes,
e uma fase tão importante na vida de uma galáxia, a da galáxia ativa, é muito
mais comum do que pensávamos.” S.S.PORQUE
Apesar de a Apple estar já a
trabalhar em smartphones
dobráveis, a tecnologia
ainda não atingiu o nível de
fiabilidade de produção e
utilizaão pretendida pela
emprea gerida por Tim Cook.PORQUE
A Nvidia comprou a ARM e tem
tecnologia de ponta nas áreas
do processamento gráfico e IA.
Tudo junto significa que pode
criar chips poderosos para
concorrer com os M1 da Apple.
Mas ainda é cedo.PORQUE
O desempenho e
a eficiência dos
processadores M1 vai fazer
mossa no mercado dos
computadores pessoais.
Ainda mais se se confirmar
versões mais ‘musculadas’.PORQUE
Pat Gelsinger foi nomeado
CEO da Intel. É o regresso
a casa do primeiro CTO da
empresa e arquiteto dos chips- A Intel vai voltar a ser
controlada por um CEO que
dá prioridade à tecnologia.
IPHONE 13
COM ECRÃ DOBRÁVELNVIDIA CRIA
CPU ARM PARA PCMAC VAI CONQUISTAR
MERCADO AO PCINTEL GANHA FORÇA
COM NOVO CEO23
%
50%
71%
87%
VER MAIS À FRENTE
A radiogaláxia gigante
foi detetada com o
radiotelescópio MeerKAT,
na África do Sul. Em fundo
é apresentado o céu na
luz visível e, sobreposto,
a emissão no rádio
representada a vermelho