O essencial (guia prático) de Português – ensino secundário
07. CONSIDERAÇÕES DO POETA
- uso da 1.ª pessoa;
- uso de interrogações retóricas (recurso expressivo);
- uso de pontos de exclamação (pontuação).
- Canto I: PID + Consílio dos Deuses (apoio de Júpiter, temor de Baco, afeição de Vénus, respeito de Marte);
- reflexões sobre a fragilidade da vida humana
As traições e perigos a que os navegadores estão sujeitos justificam este desabafo do poeta, dado serem seres
inteiramente dependentes da fragilidade da sua condição humana.
O ser humano é frágil e não vive em segurança, apesar da esperança que possa ter. O homem está sujeito a traições
(est. 105, v.2) e perigos (est. 105, v.5), quer “No mar” (est. 106, v.1), quer “Na terra” (est. 106, v.3), sendo, assim, um ser
“pequeno” (est. 106, v.8) perante “o Céu” (est. 106, v.7).
Canto V
- reflexões sobre a incultura dos Portugueses.
Canto V – procura insensata da fama e a ambição desmedida trazem consequências más para a humanidade
(est. 92). Qualquer nobre deseja que os seus feitos sejam melhores que os dos seus antepassados (est. 92, vv. 3 e 4).
Para se construir um futuro melhor, é necessário celebrar os heróis gloriosos do passado (est. 92, vv. 5 – 8)
Canto V – falta de conhecimento pelos portugueses (na poesia e na arte), indiferença pelo engrandecimento
dos seus feitos, ao contrário dos Antigos, os portugueses não tinham apreço pelos seus poetas. (est. 97 e 98)
Canto VI:
Função pedagógica, o poeta defende um novo conceito de nobreza (virtude renascentista):
Fama/imortalidade/prestígio/poder adquirem-se pelo esforço (na batalha ou enfrentando os elementos,
sacrificando o corpo e sofrendo pela perda dos companheiros); não se é nobre por herança, nem pela concessão de
favores se deve alcançar a glória.
É preciso esforço para se atingir a glória.
Canto VII:
- reflexões com lamentos do poeta: i) vida cheia de adversidades; ii) crítica aos ambiciosos, dissimulados e
exploradores.
Tom mais cauteloso: precisa de auxílio (est.78, v5) porque teme que a vida e a obra não acabem como
planeado. O poeta exemplifica como é importante o auxílio das Ninfas para a sua obra e influência sobre os futuros
escritores (est. 82 e 83). Vida cheia de adversidades:
pobreza (est.80, v1)/desilusão(est.80, v4)/perigos do mar (est.78, v6)/guerra (est.79, v6)... Por outro lado,
critica os contemporâneos, os ambiciosos (est. 84, v.5), os que sobrepõem os seus interesses aos do "bem comum e do
seu Rei" (est. 84, vv, 2 e 3), os dissimulados e corruptos, os exploradores do povo (não defendem "que se pague o suor
da servil gente") (est.85 e 86).
Finalmente, realça a definição do seu herói (o que arrisca a vida "por seu Deus, por seu Rei") (est.87).
Nota: neste canto o poeta faz um novo louvor aos portugueses, exaltando o espírito de Cruzada, a incansável divulgação da Fé, por
África, Ásia, América
(viagem à Índia insere-se na missão transcendente que assumiram, marca da sua identidade nacional). Por oposição, critica
duramente as outras nações europeias.