O essencial (guia prático) de Português – ensino secundárioTadeu de Albuquerque e Domingos Botelho - Estas duas personagens não diferem fundamentalmente uma da
outra, como símbolos que são de pais despóticos , cuja autoridade se escuda por detrás de princípios morais
de tónica puramente formal, já que sempre traem este ou aquele interesse pessoa mesquinho, manipuladores
arbitrários que são de pessoas e instituições pela força do dinheiro, da pressão hierárquica e das relações
comprometidas.
João da Cruz - O ferrador ergue-se, ainda sobre o esqueleto do bom bandido , fiel ajudante de Simão que o
tenta auxiliar no seu caminho e nas suas escolhas apesar de muita das vezes não ser escutado.
Narrador:
Podemos caracterizar o narrador como heterodiegético, pois é apenas considerado narrador e não personagem,
uma vez que este não participa na ação, acabando por recorrer à terceira pessoa gramatical. É omnisciente
seletivo, pois tem conhecimento de tudo o que se passa com a história e com as personagens e exprime a sua
opinião sobre o que se passa dirigindo-se, por vezes, ao leitor.
Espaço:
A história passa-se em Portugal em que tudo começa na cidade provinciana de Viseu. A obra também percorre
Coimbra onde Simão estuda e na cidade do Porto onde ocorre o desfecho trágico das personagens. Os espaços
de Teresa e de Simão são fechados. O espaço só se abre, definitivamente, com a morte dos protagonistas.
Tempo:
O tempo da história caracteriza-se pela linearidade, apresentando-se delimitado por indicadores cronológicos
referentes à hora, ao dia, ao mês, ao ano em que têm lugar os acontecimentos, decorrendo a ação entre 1801 e
1807.O narrador recorre, ao nível do tempo de discurso , a resumos (antecedentes familiares de Simão) e a
analepses (o relato de João da Cruz sobre a forma como matara um almocreve e como o pai de Simão o ajudara
- cap. IV; o relato da infância da Rita, irmã mais nova de Simão - cap. XII).O amor de Simão desenvolve-se num
período de 7 anos.
Linguagem e Estilo :
O livro de Camilo é rico em cartas entre Simão e Teresa. O discurso epistolar contém uma linguagem emotiva,
apelativa, exclamativa e expressiva. As cartas têm frequentemente frases curtas e vocativos. O livro também é rico
em diálogos e adjetivos. Os adjetivos estão presentes em todas as fases do romance. Nesta obra também está
presente um forte uso de um vocabulário rico presente com vários recursos estilísticos sendo os mais usados a
metáfora, ironia e o hipérbato.