Sínteses de autores-secundário.2021

(José Nuno Araújo) #1
O essencial (guia prático) de Português – ensino secundário

02. FERNÃO LOPES – (SÉC. XIV)


Crónica – Lat. chronica, relato de factos, narração, do gr. khronikós, de khrónos, tempo.


vida e obra;
Vida: cronista, da época medieval, com experiência política no exercício de funções públicas de responsabilidade, relata a
história de uma forma objetiva, procurando a verdade.
Fernão Lopes aliava o ponto de vista objetivo (os factos) ao ponto de vista subjetivo (os sentimentos), não sendo possível
ser totalmente imparcial.


Obra: crónicas de reis.
O grande ator das crónicas de Fernão Lopes é, na verdade, o povo (ator coletivo).


crónica (D. João I)
Estrutura externa:
texto narrativo, dividido por capítulos
Estrutura interna:
a. Crónica de El-Rei D. João , 1.ª parte (que trata do interregno entre a morte de D. Fernando e crise de 1383-1385 e a
eleição de D. João)
b. Crónica de El-Rei D. João , 2.ª parte (que abrange o reinado de D. João I até à paz com Castela em 1411)


síntese cap. 11 “DO ALVOROÇO QUE HOUVE NA CIDADE CUIDANDO QUE MATAVAM O MESTRE E
COMO LÁ FOI ÁLVARO PAIS E MUITAS GENTES COM ELE”

1.ª parte - convocatória para a mobilização da população da cidade pelos partidários do Mestre de Avis: “- Matom o
Meestre! Matom o Meestre! Nos Paços da Rainha! Acorree ao Meestre que o matam!”.
2.ª parte - a movimentação da população, concentrando-se a multidão que rodeou o paço e ameaçou invadi-lo, queimando-
o;
3.ª parte - o Mestre de Avis surge à janela e dirige-se à multidão para a acalmar e esta ficou feliz por vê-lo;
4.ª parte - o Mestre é informado acerca do perigo em que se encontra o Bispo de Lisboa.


síntese cap. 148 “DAS TRIBULAÇÕES QUE LISBOA PADECIA POR MÍNGUA DE MANTIMENTO”
1.ª parte - as dificuldades passadas pelas pessoas:
o facto de haver demasiada população; a falta de alimentos na cidade; a vinda de pessoas das aldeias em redor que se
recolheu nas muralhas da cidade;
2.ª parte - as consequências económicas, sociais e psicológicas do cerco de Lisboa:
económicas (falta de bens alimentares; inflação); sociais (aumento de doenças, subnutrição, pobreza e aumento da
mortalidade); psicológicas (tristeza, desespero, sofrimento e apelo à morte);
3.ª parte - a conclusão emotiva do cronista sobre o sofrimento da cidade e um lamento pelos que sofreram; uma
interpelação ao leitor fazendo com que este conheça a situação vivida e respetivo sofrimento; uma referência à sorte que
as futuras gerações tiveram por não ter que padecer de tal agonia.


Linguagem e estilo:
Marcas da escrita de FL (características essenciais):



  • coloquialismo (arte de bem falar, invocando a atenção do leitor, através de apóstrofes e interrogações retóricas);

  • visualismo (arte de apresentar pormenores, fazendo com que o leitor consiga visualizar o momento, através de uma
    linguagem de sentidos);

  • dinamismo (arte de colocar o leitor nas ações, através da utilização dos verbos e do recurso ao discurso direto).

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