(20200700-PT) Exame Informática 301

(NONE2021) #1
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O nosso país está a posicionar-se para tentar ser
um dos líderes europeus do mercado de Realidade Virtual
e Realidade Aumentada. Um desses exemplos é a
Rotacional, que já desenvolveu dois headsets de RA

DE PORTUGAL


PARA O MUNDO...


VIRTUAL


Tex t o : Paulo Matos Fotos: D.R.

F


oi mais um evento ao qual o
Covid-19 trocou as voltas. A
conferência mundial VR/AR
Global Summit iria decorrer
em Lisboa, mas, devido às limitações
impostas pela pandemia, as palestras e
o networking acabaram por ficar pelo
mundo online. O que não impediu que
Portugal estivesse particularmente ati-
vo neste evento com diferentes painéis
a refletir sobre o potencial nacional na
área da Realidade Virtual (RV) e Rea-
lidade Aumentada (RA). Atualmente,
existe uma centena de empresas em
território nacional a trabalhar nestas
áreas e António Câmara, da Aromni (e
fundador da YDreams), salienta que
“Portugal é sempre um bom local para
começar projetos-piloto, embora não

seja para escalá-los” devido às limitações
demográficas. “Atualmente, há poucas
pessoas a compreender a revolução que
está a caminho na próxima década”,
avisa o responsável, referindo o previsível
lançamento dos óculos de RA da Apple
como um ponto de viragem. “Essa mu-
dança drástica acontecerá porque agora
os desenvolvimentos web ainda estão
no mundo dos dados, pelo que o passo
crucial será fazer a ponte entre os dados
e o mundo real e isso dar-se-á através
da RA no front-end e da Inteligência
Artificial no back-end.”
Segundo António Câmara, Portugal,
com o talento que possui, tem uma
oportunidade para marcar uma posi-
ção importante, especialmente a nível
europeu, já que “a maioria das empresas

que eram rivais da YDreams há 10 anos
foram compradas pelos americanos ou
faliram”. Miguel Paulo, da Siemens,
partilha desta opinião, salientando que
“é muito difícil competir com os ame-
ricanos em termos de escalabilidade”
e que, por exemplo, enquanto cá ainda
estamos a falar do leilão de 5G, na Coreia
ele já está implementado há um ano. Já
Tiago Loureiro, da VRAR Association
Portugal, estabelece um paralelo curioso:
“Comparo estas áreas com os PCs nos
anos 80 – ninguém sabia ao certo para
onde o mercado ia. A IBM pensava que
era uma loucura que cada pessoa tivesse
um computador em casa e veja-se onde
estamos agora. Estamos numa área onde
julgamos saber quais serão os próximos
dois a três passos, mas depois há um
enorme nevoeiro pela frente.”

UM NOVO MODELO DE
APRENDIZAGEM PARA CRIANÇAS
E continuará a ser o mercado profissional
a área de atuação preferencial da RV/RA?
Miguel Paulo diz que não tem necessa-
riamente de ser assim: “Se uma solução
funciona em B2C [mercado de consumo]
e se estiver assegurado que a segurança
não é problema, então, na maioria dos
casos, resultará em termos de usabili-
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