Exame Informatica - Janeiro 2021

(NONE2021) #1
76

NOTA FINAL

ALTOS E BAIXOS

+

S


e há um drengr (poderoso guerreiro) dentro
de si, então este é o jogo que vai acordá-lo.
Assassin’s Creed: Valhalla é tudo aquilo com
que sempre sonhámos numa aventura viking: inva-
dir vilas, distribuir machadadas, saquear igrejas...
podemos fazer tudo aquilo que um viking faria,
incluindo tombar cervejas e cantarolar músicas
num barco com a cabeça de um dragão.
A história leva-nos para o século IX, fase marcada
pelas invasões nórdicas às ilhas britânicas. Nesta
aventura assumimos o papel de Eivor (pode ser ho-
mem ou mulher), o principal guerreiro de um grupo
de vikings que decidiu abandonar a Noruega – em
protesto contra o rei vigente e porque a ambição por
mais terra assim o exigiu. A nossa missão é simples:
aumentar a influência em território britânico. Mas
é a forma como fazemos esta expansão que torna
AC: Valhalla num jogo especial.
De um ponto de vista estrutural, este título é
massivo. Além de haver um prólogo, que se passa
na antiga Noruega e que nos ocupará umas boas
horas antes de nos lançarmos ao verdadeiro mundo
aberto, temos depois dezenas e dezenas de horas de
jogo à nossa frente. Noutros títulos sentimos que, por
vezes, estes mundos abertos são-no em demasia,
mas aqui temos sempre missões concretas à nossa
espera e isso deixa-nos com vontade de voltar para
‘vinkingarmos’ à vontade. Em cada uma das missões
principais há quase sempre uma incursão a uma
vila ou a um castelo. Quando chegamos ao fim, se
os telhados das casas não estiverem todos a arder
e se não houver capacetes em barda no chão – dos
nossos inimigos, claro –, então fomos demasiado
brandos. Gostamos bastante do sistema de combate:
é mais fluído, mais próximo de um jogo de ação
‘tradicional’, pois deixa de ser menos uma dança
coreografada (como acontecia nos primeiros AC)
e é mais um combate real – se demorarmos muito
tempo a levantar o machado, vamos levar com
uma espada no focinho. Notámos também que a
componente de evasão (stealth), apesar de con-

tinuar presente, é muito menos necessária. Aliás,
aquele que é o arco maior da história de Assassin’s
Creed (Assassinos contra Templários), é-nos dado
de forma subtil – sentimos sempre que está lá, que
fazemos parte de algo maior, mas não nos assoberba.

UM MUNDO DE ENCHER O OLHO
A atenção ao detalhe no mundo do jogo é muito
boa, apesar do tamanho quase grotesco que tem.
Podemos invadir uma cabana no meio de uma mon-
tanha, que lá dentro está repleto de pormenores. A
beleza dos cenários é estonteante, algo mais notório
nas consolas de nova geração graças aos efeitos ray
tracing (quando vir os raios de sol a bater na água
ou a passar pelos ramos das árvores, vai perceber).
Mas nem tudo é bom neste jogo. Como já é típico
da Ubisoft, há erros de palmatória – vimos um NPC
inacabado a andar pela aldeia e dois cavalos enfia-
dos um no outro. Nos raides às vilas, a inteligência
artificial que manipula a ação das outras persona-
gens deixa a desejar. A qualidade gráfica dos rostos
também não convence – há claramente arestas por
polir do ponto de vista gráfico. A cereja no topo do
bolo é a qualidade visual reles de alguns pássaros


  • são traços pretos a voar, sem cuidado gráfico.
    Era preferível que o jogo fosse mais curto e que
    fosse mais polido. AC: Valhalla é uma aventura épica:
    da fibra da personagem Eivor, ao que temos para
    explorar, às habilidades que podemos desbloquear
    (ao estilo árvore do conhecimento) e até à forma
    como, no geral, nos faz sentir um verdadeiro viking.
    Ainda não terminámos AC: Valhalla e vamos demo-
    rar a fazê-lo, mas se gosta de ação e se sempre quis
    ser um brutamontes de barba espigada e machado
    na mão, este é o jogo que o deixa mais perto dos
    portões de Valhalla, um salão e paraíso mitológico
    para guerreiros nórdicos. Rui da Rocha Ferreira


4,3
XSX (testado), XOne,
PC, PS4 e PS5

Machados,
competições de
cerveja, invasões
bárbaras, um barco
só nosso... Valhalla!

As muitas missões
não são um fardo,
mas uma desculpa
para saquear mais
umas vilas

Raça dos moços que
não aprendem!
Ubisoft, há erros que
não se admitem num
jogo de €70

Alguns pássaros
parece que foram
feitos no Paint
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