Exame Informatica - Janeiro 2021

(NONE2021) #1
79

NOTA FINAL

ALTOS E BAIXOS

+

XSX (testado), XOne,
PC, PS4 e PS5

A


o grupo de hackers conhecido como DeadSec


  • do qual fazemos parte – são atribuídas as
    culpas pelo atentado e o incidente despoleta
    um cenário opressivo. Além dos drones que sobrevoam
    edifícios e estradas, e das milhares de câmaras que
    permitem ver tudo o que acontece na cidade, agora
    também uma polícia privada, chamada Albion, tem
    poderes absolutos para atuar sobre qualquer com-
    portamento suspeito. Quanto aos DeadSec, foram
    dizimados. Cabe-nos mostrar quem são os verdadeiros
    culpados do crime – há um triângulo de malfeitores
    composto pela Albion, uma riquíssima família lon-
    drina e um outro misterioso grupo que se autointitula
    como Zero-Day – e recrutar pessoas para reavivar os
    DeadSec e libertar Londres desta tirania tecnológica.
    Podemos dizer que este é o elemento mais mar-
    cante do jogo. Em vez de termos apenas uma per-
    sonagem com a qual percorremos todas as missões,
    podemos recrutar qualquer pessoa com a qual nos
    cruzamos – lá no fundo, todos têm um problema
    que precisa de ser resolvido e em troca desse favor, e
    como ninguém gosta de viver em opressão, conce-
    dem o apoio aos DeadSec. Isto resulta numa grande
    diversidade de personagens, cada com uma história
    e habilidades diferentes. E isto é importante porque
    podemos explorar estas habilidades para superar as
    missões. Quando temos de subir ao topo de um pré-
    dio e a única forma é apanhar a boleia de um drone
    de construção, temos de ir até às obras recrutar o
    piloto de carga. E também sabe manipular uma arma


que dá todo um novo sentido à expressão 'mais um
prego para o caixão' (sim, é uma pistola de pregos).
Agora multiplique isto por dezenas de personagens,
de velhinhas a punks, e tem uma diversidade de
personagens jogáveis inigualável. Como diria Zeca
Afonso, em cada esquina um amigo.
Isto dá dinâmica ao jogo e ajuda a contrabalançar
as missões que rapidamente se tornam aborrecidas
por serem repetitivas. Piratear câmaras de vigilân-
cia, piratear aranhas-robô, derrubar os guardas sem
alertar os outros, piratear um servidor ou roubar
informação de um computador, e abandonar a área.
É isto, repetido muitas vezes. Claro que cada edifí-
cio representa um desafio diferente e nem sempre
o hacking nos corre da melhor forma, o que nos
obriga a recorrer à boa e velha pancadaria, mas
falta diversidade à jogabilidade.
Graficamente o jogo está bem conseguido: a Ubi-
soft explora com engenho o sistema de iluminação
em tempo real (obrigado chuva londrina!) e a riqueza
visual da cidade é impressionante. E prepare-se para
um jogo de tom britânico, que traz uma lufada de
ar fresco aos diálogos.
Watch Dogs: Legion dá-nos uma representação
convincente do que pode ser uma Londres (ou a
sociedade?) futurista e é agradável de jogar, mas
está longe de ser uma experiência inesquecível –
se a diversidade de personagens fosse aplicada ao
desenrolar das missões, o jogo seria muito, muito
melhor. Rui da Rocha Ferreira

EM CADA ESQUINA UM AMIGO


Um violentíssimo ataque terrorista em vários pontos de Londres
é o ponto de partida para o enredo distópico do terceiro jogo desta franquia

WATCH DOGS: LEGION €69,99

Esta Londres
distópica faz-nos
pensar! Será este
o nosso futuro?

F*cking hell!
Os diálogos
britânicos
são muito bons

Lá vamos
nós piratear uma
aranha-robô
pela 134ª vez...

Perdemos duas
vezes parte do
progresso no jogo.
E corrigir isto?

3,7

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