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NOTA FINAL
ALTOS E BAIXOS
+
XSX (testado), XOne,
PC, PS4 e PS5
A
o grupo de hackers conhecido como DeadSec
- do qual fazemos parte – são atribuídas as
culpas pelo atentado e o incidente despoleta
um cenário opressivo. Além dos drones que sobrevoam
edifícios e estradas, e das milhares de câmaras que
permitem ver tudo o que acontece na cidade, agora
também uma polícia privada, chamada Albion, tem
poderes absolutos para atuar sobre qualquer com-
portamento suspeito. Quanto aos DeadSec, foram
dizimados. Cabe-nos mostrar quem são os verdadeiros
culpados do crime – há um triângulo de malfeitores
composto pela Albion, uma riquíssima família lon-
drina e um outro misterioso grupo que se autointitula
como Zero-Day – e recrutar pessoas para reavivar os
DeadSec e libertar Londres desta tirania tecnológica.
Podemos dizer que este é o elemento mais mar-
cante do jogo. Em vez de termos apenas uma per-
sonagem com a qual percorremos todas as missões,
podemos recrutar qualquer pessoa com a qual nos
cruzamos – lá no fundo, todos têm um problema
que precisa de ser resolvido e em troca desse favor, e
como ninguém gosta de viver em opressão, conce-
dem o apoio aos DeadSec. Isto resulta numa grande
diversidade de personagens, cada com uma história
e habilidades diferentes. E isto é importante porque
podemos explorar estas habilidades para superar as
missões. Quando temos de subir ao topo de um pré-
dio e a única forma é apanhar a boleia de um drone
de construção, temos de ir até às obras recrutar o
piloto de carga. E também sabe manipular uma arma
que dá todo um novo sentido à expressão 'mais um
prego para o caixão' (sim, é uma pistola de pregos).
Agora multiplique isto por dezenas de personagens,
de velhinhas a punks, e tem uma diversidade de
personagens jogáveis inigualável. Como diria Zeca
Afonso, em cada esquina um amigo.
Isto dá dinâmica ao jogo e ajuda a contrabalançar
as missões que rapidamente se tornam aborrecidas
por serem repetitivas. Piratear câmaras de vigilân-
cia, piratear aranhas-robô, derrubar os guardas sem
alertar os outros, piratear um servidor ou roubar
informação de um computador, e abandonar a área.
É isto, repetido muitas vezes. Claro que cada edifí-
cio representa um desafio diferente e nem sempre
o hacking nos corre da melhor forma, o que nos
obriga a recorrer à boa e velha pancadaria, mas
falta diversidade à jogabilidade.
Graficamente o jogo está bem conseguido: a Ubi-
soft explora com engenho o sistema de iluminação
em tempo real (obrigado chuva londrina!) e a riqueza
visual da cidade é impressionante. E prepare-se para
um jogo de tom britânico, que traz uma lufada de
ar fresco aos diálogos.
Watch Dogs: Legion dá-nos uma representação
convincente do que pode ser uma Londres (ou a
sociedade?) futurista e é agradável de jogar, mas
está longe de ser uma experiência inesquecível –
se a diversidade de personagens fosse aplicada ao
desenrolar das missões, o jogo seria muito, muito
melhor. Rui da Rocha Ferreira
EM CADA ESQUINA UM AMIGO
Um violentíssimo ataque terrorista em vários pontos de Londres
é o ponto de partida para o enredo distópico do terceiro jogo desta franquia
WATCH DOGS: LEGION €69,99
Esta Londres
distópica faz-nos
pensar! Será este
o nosso futuro?
F*cking hell!
Os diálogos
britânicos
são muito bons
Lá vamos
nós piratear uma
aranha-robô
pela 134ª vez...
Perdemos duas
vezes parte do
progresso no jogo.
E corrigir isto?
3,7