Saúde compra 20 milhões de doses de vacina da índia
Banco Central do Brasil
O Globo/Nacional - Sociedade
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021
Banco Central - Perfil 2 - Agências reguladoras
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O Ministério da Saúde informou na noite de ontem que
comprou 20 milhões de doses da vacina Covaxin da
Precisa Medicamentos/Bharat Biotech, da índia.
Segundo a pasta, o investimento para a aquisição foi de
R$ 1,6 bilhão.
"As primeiras 8 milhões de doses do imunizante devem
começar a chegar já no mês de março, em dois lotes de
4 milhões a serem entregues entre 20 e 30 dias após a
assinatura do contrato. Em abril, o governo federal
espera receber outras 8 milhões de doses de
imunizantes importados da índia, no prazo de 45 e 60
dias após oficialização", disse o ministério, em nota.
De acordo com a pasta, a aquisição permitirá ampliar a
estratégia de vacinação dos brasileiros contra a Covid-
- No início da semana, a Câmara dos Deputados
aprovou a Medida Provisória 1.026, que facilita a
compra de vacinas pelo Brasil, a partir da dispensa de
licitações e com regras mais flexíveis para os contratos.
A MP também incluiu, no rol de agências reguladoras
estrangeiras que acelerariam a avaliação do registro no
Brasil, o órgão de vigilância sanitária da índia.
A Precisa Medicamentos, que representa a Bharat no
Brasil, firmou um acordo prévio de intermediação com a
Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas
(ABCVAC), que negocia doses do imunizante para
cerca de 300 associadas. A oferta no setor privado, no
entanto, depende do registro definitivo, pois a
exploração comercial é vedada no caso de vacinas
aplicadas sob o regime emergencial.
A aceitação da vacina na Índia, porém, é limitada. O
país está lutando para convencer seus profissionais de
saúde e de linha de frente a tomar a vacina da Covaxin.
Desenvolvida no país, ela foi, de acordo com
especialistas ouvidos pela Reuters, aprovada de forma
controversa, sem anunciar dados de eficácia de estágio
final.
O gigante asiático já vacinou mais de 10,5 milhões de
profissionais de saúde e da linha de frente desde o
início de sua campanha de imunização, no dia 16 de
janeiro. Mas apenas 1,2 milhão, ou cerca de 11% deles,
tomaram a Covaxin. Os 9,4 milhões restantes se
imunizaram com a vacina da AstraZeneca, segundo
dados atualizados ontem na plataforma online oficial de
rastreamento da campanha de vacinação.
- A resistência na índia é por causa da discussão sobre
a Covaxin ser, inicialmente, apenas uma vacina
experimental, que não havia concluído o ensaio de fase
3 ao começar a ser usada. Isso criou dúvidas nas
pessoas - disse Subhash Salunkhe, que assessora o
governo de Maharashtra sobre a estratégia de
vacinação no estado.
O ministro da Saúde da índia, Rajesh Bhushan, atribuiu
a menor aplicação da Covaxin à capacidade de
produção limitada da Bharat Biotech em comparação
com a do Instituto Serum, que está produzindo a vacina
AstraZeneca para países de baixa e média renda.
(De Brasília, com Reuters)
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