Clipping Banco Central (2021-02-26)

(Antfer) #1

Auditor mencionado por Flávio é exonerado


Banco Central do Brasil

O Globo/Nacional - País
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021
Banco Central - Perfil 1 - Paulo Guedes

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Autor: CHICO OTÁVIO E JOÃO PAULO SACONI


O ministro da Economia, Paulo Guedes, exonerou, na
última quarta-feira, o auditor-fiscal da Receita Federal
Glauco Octavio Guerra, mencionado pela defesa do
senador Flávio Bolsonaro (RepublicanosRJ), filho do
presidente Jair Bolsonaro, como um exemplo de
funcionário público que teria sido ilegalmente
investigado pela fiscalização interna do órgão.


Guerra sustenta que a investigação interna que motivou
a exoneração teve origem no acesso indevido de seus
dados. A tese dos advogados de Flávio é que caso
semelhante pode ter acontecido com o parlamentar, a
partir de um suposto repasse informal de dados fiscais
sigilosos. Essas informações teriam despertado o
interesse do Conselho de Controle de Atividades
Financeiras (Coaf) pelas movimentações financeiras
atípicas dele e de ex-funcionários, acusados de formar
um esquema para desviar salários em seu antigo
gabinete na Assembléia Legislativa do Rio (Alerj).


TESE ENFRAQUECIDA


A exoneração de Guerra pelo Ministério de Economia
indica que, no entendimento da pasta, o processo que
identificou irregularidades por parte dele tem validade,
enfraquecendo a tese de que houve perseguição na
condução da apuração.

Guerra era chefe substituto da Divisão de Orientação
Tributária da Delegacia da Receita Federal no Rio e sua
demissão ocorreu, de acordo com portaria publicada
ontem em Diário Oficial, por improbidade administrativa.

O auditor vinha sendo alvo de investigação por parte do
Escritório de Corregedoria da 1- Região Fiscal
(Escor07), que concluiu pela prática de enriquecimento
ilícito por parte dele. O argumento é que Guerra
construiu uma casa de R$ 505 mil no Recreio dos
Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio, com dinheiro de
origem não comprovada.

A defesa do auditor sustenta que o imóvel pertence à
sogra de Guerra e alega que ele é vítima de uma
perseguição por parte da corregedoria.

A hipótese dessa perseguição, levada ao conhecimento
do Sindifisco, foi encampada pelos advogados Luciana
Pires, Rodrigo Rocca e Juliana Bierrenbach, que
representam Flávio, em uma petição enviada à Receita
Federal, em agosto do ano passado, e em uma notícia-
crime enviada à Procuradoria-Geral da República
(PGR), em outubro, com pedidos para que houvesse
uma investigação interna no órgão.

EXONERAÇÃO EM DEZEMBRO

O objetivo dos defensores era buscar registros de
funcionários da Receita que teriam acessado
irregularmente informações fiscais de Flávio. Guerra e
outros quatro auditores da Receita afirmam que foram
vítimas de uma devassa ilegal.

Em dezembro do ano passado, a discussão sobre a
hipótese levou à exoneração de outro auditor. Christiano
Paes Leme Botelho era chefe do Escritório de
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