Clipping Banco Central (2021-02-26)

(Antfer) #1

Visto, lido e ouvido


Banco Central do Brasil

Correio Braziliense/Nacional - Opinião
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021
Cenário Político-Econômico - Colunistas

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Autor: Circe Cunha (interina) //
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Depois de um ano em quarentena, aquela parcela da
população que acompanha de perto o desenrolar da
cena nacional e internacional pode perceber que não há
data possível a ser estabelecida para o fim da pandemia
e a volta a uma normalidade como havia no passado.
Muitos, inclusive, adiantam que não haverá uma volta
ao mundo que conhecíamos até a pouco tempo. O
prolongamento sucessivo das datas que marcariam
esse possível retorno já dá uma ideia de que ninguém
sabe ao certo quando será esse dia.


Mas nem tudo está perdido para aqueles que perderam
chances na vida, empregos, amigos e familiares e a
vida ao ar livre. A quarentena tem forçado parte da
população a se ensimesmar, ou seja, ficar absorvida
pelos próprios pensamentos, refletindo sobre tudo que
se passa ao seu redor, incluindo nessa crítica mental o
desempenho do governo e, por extensão, o
desempenho de todos os Poderes da República, neste
momento especial. Principalmente no que cada um
deles tem feito, efetivamente, para garantir, ao menos, a


sobrevivência da população. E é aí que o pessimismo e
as ideias de desespero tomam conta dos pensamentos.

A julgar pelas providências tomadas pelo conjunto do
Estado para contornar os efeitos negativos da
pandemia, estamos mal na fita e, não por acaso,
ocupamos a segunda posição mundial no número de
mortos. Ao contrário dos países desenvolvidos, que
adotaram desde cedo uma série de providências para
conter a propagação do vírus, ficamos envoltos em
discussões políticas sem importância direta para a
população.

Nesse meio tempo, erguemos e desmontamos dezenas
de hospitais de campanha caríssimos, enquanto
denúncias de desvios dos preciosos recursos para a
saúde eram feitas quase diariamente. Mesmo com o
aumento no número de óbitos, o governo achou por
bem não ir de imediato ao mercado internacional em
busca da compra de vacinas suficientes para a
imunização da população. Como resultado desse
desleixo proposital, faltaram e ainda faltam muitas
vacinas em toda a parte e não se sabe ainda quando
chegarão. Tampouco houve preocupação com a
ampliação e instalação de unidades nacionais para a
produção local dessas vacinas, numa total
contraposição do passado, quando o Brasil foi
referência para o mundo na questão de programas de
vacinação em larga escala e em tempo recorde.

O que se viu foram perseguições a cientistas,
diminuição dos orçamentos para pesquisa e o desmonte
de dezenas de projetos científicos. Não surpreende que
os principais jornais do país deem como manchete que
o Brasil atravessa agora a pior fase da pandemia desde
que ela foi detectada há um ano. Hoje, registramos
média diária de mais de 1 mil mortes por covid-19. Por
todo o país se assiste ao congestionamento das
Unidades de Terapia Intensiva dos hospitais públicos e
privados. Por conta desse desleixo e do número de
infectados, os brasileiros tornaram-se persona non grata
em todo o mundo, proibidos de entrar em inúmeros
países.
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