Clipping Banco Central (2021-02-26)

(Antfer) #1

Gastos militares batem recorde


Banco Central do Brasil

Correio Braziliense/Nacional - Mundo
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021
Banco Central - Perfil 1 - Produto Interno Bruto

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Autor: Delil Souleiman/AFP


A pandemia do novo coronavírus e a consequente crise
econômica global não inibiram os gastos militares
mundiais, que bateram um novo recorde em 2020,
embora com percentual inferior ao registrado no ano
anterior. Segundo relatório divulgado ontem pelo
Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS),
especializado no assunto, os investimentos alcançaram
US$ 1,8 trilhão (em torno de R$ 9,95 trilhões) no
período, ou seja, uma alta de 3,9%.


"Vários países ajustaram seu orçamento militar para
redirecionar seus fundos a ajudas contra a crise ou a
medidas de apoio à economia", assinalou o instituto
britânico no documento. "No entanto, vários outros
simplesmente reduziram ou adiaram o aumento dos
gastos previstos, em vez de cortá-los", acrescentou.


Foi o terceiro ano consecutivo de alta de gastos, ainda
que de forma mais tímida. Em 2019, foi registrado um
aumento de 4% das despesas, o maior percentual em


10 anos, em meio a crescentes rivalidades entre as
grandes potências.

De acordo com o IISS, os Estados Unidos permanecem
na liderança dos gastos, sendo responsáveis por 40,3%
do total -- cerca de US$ 738 bilhões (R$ 4,19 trilhões).
Em seguida, aparece a China, impulsionada, em parte,
pela aposta na expansão naval como estratégia de
prevalência no mar do Sul da China.

Ainda assim, os investimentos foram bem menores do
que os dos americanos. Pequim acumulou despesas no
montante de US$ 193,3 bilhões (aproximadamente R$ 1
trilhão), o equivalente a 10,6% do valor global.

Os gastos militares de Pequim, observa o estudo,
fomentaram o crescimento das despesas gerais de
defesa da Ásia, representando 25% do valor investido
no continente. Em relação ao ano anterior, apesar da
tendência de alta ter se mantido, o ritmo foi um pouco
menor (+4,3%, contra 4,6% de 2019).Ameaça

A despesa total da defesa europeia, por sua vez,
cresceu 2% em termos reais em 2020, a despeito da
forte recessão que atingiu as principais economias do
continente por causa da crise sanitária. Para o IISS,
uma forma de tentar fazer face à Rússia, encarada
como ameaça crescente desde a anexação da Crimeia,
em 2014. Moscou, a despeito da crise, não retrocedeu
em seu programa de modernização de armamento.

O documento mostra, porém, que muitos países
integrantes da Organização do Tratado do Atlântico
Norte (Otan) ainda estão distantes da meta de destinar
2% do PIB (Produto Interno Bruto) para o setor, em
desacordo ao estabelecido pela aliança em seu
regulamento.

"O compromisso de países (como a França, Reino
Unido, Alemanha e Itália) em aumentar os seus
orçamentos de defesa em 2021 e nos anos seguintes
assinala a sua intenção de evitar os cortes que se
seguiram à crise financeira de 2007-2008", assinala o
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