Clipping Banco Central (2021-02-26)

(Antfer) #1

União de todos contra o vírus


Banco Central do Brasil

O Estado de S. Paulo/Nacional - Notas e Informações
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021
Cenário Político-Econômico - Colunistas

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O Brasil superou a terrível marca de 250 mil mortes em
decorrência da covid-19. É a maior tragédia nacional a
se abater sobre as atuais gerações. Para aumentar
ainda mais a angústia de milhões de brasileiros, nada
indica que a pior fase da peste já tenha passado. Ao
contrário, há evidentes sinais de recrudescimento da
pandemia. No Amazonas, por exemplo, só nos dois
primeiros meses de 2021 foram registradas mais mortes
por covid-19 do que ao longo de todo o ano passado.


O novo coronavírus se espalha como nunca antes pelo
País desde o início deste flagelo, há um ano. Há mais
de um mês, os brasileiros convivem com a morte de
mais de mil de seus concidadãos todos os dias. O
número é subestimado. A baixa testagem e a
imprecisão diagnóstica escondem a real dimensão da
tragédia.


A campanha de vacinação, única saída para pôr fim ao
morticínio, segue lenta, incerta. A distribuição das
poucas vacinas que há é atabalhoada, vide a recente
trapalhada ocorrida no envio dos imunizantes para o
Amapá e o Amazonas.


Novas cepas do coronavírus, mais contagiosas, já
circulam livremente Brasil afora, sem qualquer tipo de
rastreamento pelas autoridades sanitárias.

Os sistemas de saúde de pequenas e médias cidades
do interior do Brasil entraram em colapso. Médicos têm
de decidir na porta dos hospitais quem será socorrido e
quem terá de se haver com a própria sorte. Muitos
cidadãos, em especial os mais jovens, comportam-se
como se a pandemia tivesse passado. Ou pior, como se
não lhes dissesse respeito. É muito difícil nutrir a
esperança por dias melhores diante da ausência de um
espírito mais fraterno que una a sociedade nos esforços
para superar um mal que, independentemente da
medida, afeta todos, sem distinções de qualquer ordem.

No mais rico Estado do País, São Paulo, estima-se que
em apenas três semanas não haverá leitos de UTI para
dar conta do atendimento de todos os doentes. É de
imaginar o que pode ocorrer - na verdade, já está
ocorrendo - em Estados sem as mesmas condições dos
paulistas. O governador João Doria (PSDB) anunciou
uma "restrição de circulação" entre 23 e 5 horas, que
valerá de hoje até o dia 14 de março, para tentar conter
o avanço da doença.

A medida está longe do ideal. Mas o que é "ideal" no
atual estágio da pandemia e dos humores da
sociedade? Ideal é o que é possível fazer. É verdade
que a maior parte das pessoas já estaria recolhida
naquele período, mas também é fato que há muitos
eventos e festas clandestinas que reúnem pequenas
multidões nas madrugadas. Os objetivos do governo
paulista são coibir, na medida do possível, esses
eventos e alertar a população, mais uma vez, de que as
coisas não vão bem. Qualquer medida de restrição tem
também essa função de alertar os cidadãos para o
risco.

Sempre é possível questionar as chances de eficácia
das medidas impostas pelo Palácio dos Bandeirantes,
seguindo a recomendação do Comitê de Contingência
da Covid-19, na contenção do espalhamento do vírus.
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