Clipping Banco Central (2021-02-26)

(Antfer) #1

Lição de eficiência na Petrobrás


Banco Central do Brasil

O Estado de S. Paulo/Nacional - Notas e Informações
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021
Cenário Político-Econômico - Colunistas

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Com lucro de R$ 59,90 bilhões nos três meses finais de
2020, a Petrobrás superou as perdas causadas pela
pandemia, fechou o ano no azul e ultrapassou
amplamente as projeções de equipes de analistas do
mercado financeiro. "Entregamos nossa promessa",
afirmou na apresentação do balanço o presidente da
companhia, Roberto Castello Branco, referindo-se ao
compromisso de vencer a crise. Esse pode ter sido seu
último relatório financeiro. Na quinta-feira anterior o
presidente Jair Bolsonaro havia anunciado a intenção
de demiti-lo, numa retaliação por desagradar a um
grupo de seus eleitores, aqueles caminhoneiros
envolvidos em 2018 em bloqueio de estradas e
paralisação do transporte rodoviário. O anúncio
derrubou as ações da estatal no Brasil e no exterior, um
efeito aparentemente fora das preocupações - e do
horizonte - do presidente da República.


Com o lucro obtido entre outubro e dezembro, 635%
maior que o de um ano antes, foi possível fechar o
exercício com resultado positivo de R$ 7,11 bilhões.
Esse ganho foi 82,3% inferior ao de 2019, mas até
surpreendente, depois dos danos causados no Brasil,
assim como no mercado internacional, pela covid-19.


Com a forte contração da economia, a demanda de
combustíveis e lubrificantes diminuiu em todo o mundo
e o preço do petróleo despencou. Com isso, a receita da
companhia caiu 10%, para R$ 272,07 bilhões, mas,
apesar disso, o ganho antes de juros, impostos,
dividendos e amortização (Ebitda) cresceu 10,6% no
ano e atingiu R$ 142,97 bilhões.

O desempenho melhor nos meses finais possibilitou a
reversão de baixas contábeis determinadas na fase de
retração. Isso teve efeito positivo de R$ 31 bilhões. Mas
outros dados são especialmente importantes para
avaliar o trabalho dos atuais dirigentes. A dívida total
passou a US$ 75,5 bilhões, com redução de US$ 11,6
bilhões. A dívida líquida, US$ 63,2 bilhões no fim do
exercício, ficou US$ 15,7 bilhões inferior à de um ano
antes.

A gestão iniciada em 2019 continuou o trabalho de
recuperação da empresa, começada no governo do
presidente Michel Temer. Além de espoliada, a
Petrobrás estava superendividada e com sua
administração devastada no final do período da
presidente Dilma Rousseff. Um grande esforço de
reconstrução gerencial, de reavaliação de planos e de
arrumação financeira vem sendo realizado, com
inegável sucesso, depois de encerrado o período
petista. A gestão de Roberto Castello Branco avançou
nessas e em outras frentes, tendo ainda conseguido
aumentar a produção de petróleo e gás no ano
passado.

Em seus ataques desvairados ao executivo da
Petrobrás, o presidente Jair Bolsonaro o acusou de ter
passado 11 meses sem trabalhar, período em que ficou
em regime de home office. É uma acusação grotesca -
como se todos os trabalhadores que estão em home
office em razão da pandemia em todo o mundo fossem
uns boas-vidas. A verdade é que dificilmente se
encontraria, entre esses milhões, algum trabalhador tão
improdutivo quanto um presidente negacionista,
propagandista de drogas inúteis contra a covid-19 e
incapaz de prever a necessidade da compra de vacinas
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