Clipping Banco Central (2021-02-27)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

Folha de S. Paulo/Nacional - Mercado
sábado, 27 de fevereiro de 2021
Banco Central - Perfil 1 - Juros

contra a Covid-19 e bancos centrais e governos saíram
em socorro ao mercado e às economias. Na esteira da
ajuda financeira dos Estados e dos rápidos avanços da
ciência, as principais Bolsas de Valores globais foram
se recuperando.


"Havia muita incerteza do tamanho do colapso. Sem a
ajuda dos governos e injeção de estímulo, a crise seria
mais severa", diz Marcelo Sá, Estrategista do Itaú BBA.


Segundo estudo da McKinsey, as respostas de governo
à crise de 2020 foram muito superiores à de 2008. A
injeção de capital somou algo como US$ 10 trilhões em
estímulos econômicos apenas nos dois primeiros meses
de impacto do coronavírus, o triplo do que governos
gastaram durante toda a crise financeira passada,
segundo a consultoria.


O estímulo do EUA até o fim de maio do ano passado
foi equivalente a 12,2% do PIB e, na crise de 2008, foi
4, 9%. No Brasil, no mesmo período, ele foi de 5,5% do
PIB em 2020 e 0,6% em 2008.


Segundo a XP, no ano passado foram cerca de US$ 20
trilhões injetados por governos na economia,
aproximadamente 23% do PIB global. Este valor,
segundo Ferreira é mais do que recuou o PIB global no
período, cerca de 4%.


Com o fluxo de recursos e juros baixos no mundo, o
lbovesp a recuperou o nível anterior à crise em
dezembro de 2020 e em janeiro, bateu novosrecordes,
chegando à máxima de 125 mil pontos, impulsionado
pela eleição do democrata Joe Biden nos EUA.


No momento, o governo Biden trabalha para liberar um
pacote de mais US$ 1,9 trilhão para auxílio aos
americanos, exames de Covid-19 e distribuição de
vacinas.


O cenário atual, porém, é de aversão a risco por
questões internas e externas, que envolvem previsão de
juros mais altos no Brasil e nos EUA e a alta nos novos
casos de Covid-19.


Esta semana foi marcada por forte deterioração dos
principais indicadores financeiros do Brasil. A
turbulência começounasexta (19), quando Bolsonaro
interferiu no comando da Petrobras e sinalizou outras
intervenções em estatais e nos mercados de
combustíveis e energia elétrica.

Para investidores, as mudanças sinalizam um recuo em
relação à agenda liberal defendida na companha
eleitoral e no início do governo.

Nesta sexta, a instabilidade chegou às ações do Banco
do Brasil. O presidente da instituição, André Brandão,
disse ao governo que não pretende seguir no cargo,
mais um sinal negativo aos investidores, favoráveis à
permanência do executivo.

"O mercado de capitais brasileiro deu uma esquentada
com a eleição de Bolsonaro e a expectativa de
reformas, mas os acontecimentos recentes põem em
dúvida a agenda do governo", diz Claudia Yoshinaga,
coordenadora do Centro de Estudos em Finanças da
FGV.

O Ibovespa recuou 1,97%, nesta sexta, para 110.035,17
pontos, menor patamar desde 30 de novembro. Na
semana, recuou 7%, apior desde outubro. Em fevereiro,
caiu 4,47%, o pior mês desde setembro.

No ano, o índice recua 7,4%, desempenho pior do que
pares estrangeiros. Em Wall Street, por exemplo, os
principais índices têm alta de 1% a 2%,
aproximadamente.

"Diante de novos rumores [com relação à saída de
Brandão] e o caso Petrobras, o mercado já coloca na
conta mais uma intervenção estatal e penaliza o índice,
assim como inclina ainda mais a curva de juros", afirma
Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora.

Juros futuros são taxas de juros esperadas pelo
mercado nos próximos meses e anos. São a principal
referência para o custo de empréstimos que são
liberados atualmente, mas cuja quitação ocorre- rã no
futuro.
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