Clipping Banco Central (2021-02-27)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

Folha de S. Paulo/Nacional - Mercado
sábado, 27 de fevereiro de 2021
Banco Central - Perfil 1 - Ipea

informais, sem carteira e por conta própria, aponta uma
deterioração que atingiu o emprego mais de 51 milhões
de brasileiros durante a pandemia.


No total, além dos 13,4 milhões de desempregados â?"o
IBGE só considera assim quem busca ocupaçãoâ?", o
país teve mais 5,5 milhões de desalentados â?"que
desistiram de procurar emprego por não encontrarâ?" e
31,2 milhões de subutilizados â?"pessoas trabalhando
menos do que gostariam.


Todos os dados são recordes negativos e, somados,
representam um aumento de mais de 5 milhões na
comparação com 2019. Isso ainda contando que os
dados são médias anuais, ou seja, englobam janeiro e
fevereiro do ano passado, ainda sem pandemia, e
metade de março, que recebeu a crise sanitária em
meio à segunda metade do mês.


Autor do levantamento da consultoria IDados, o
economista Bruno Ottoni disse que o momento atual é
atípico. Na comparação com a crise anterior, ele
ressalta que na de 2014-16 a queda da atividade
econômica afetou o mercado de trabalho, sem tanta
intensidade quanto em 2020 pela pandemia, com as
pessoas deixando de procurar emprego.


"Na crise atual, nós já entramos em 2019 com o
desemprego em 11,9%, o que é elevado, e ficou pior em



  1. Em cima desse patamar elevado, as proporções
    foram maiores do que olhando os anos isoladamente da
    recessão."


Ele vislumbra um cenário ruim para este início de 2021,
com muita gente tentando retornar ao mercado,
medidas de estímulo fiscal retiradas e o setor privado
em situação insuficiente para fazer a economia crescer
sozinha.


"É difícil manter pessoas em casa quando precisam sair
para rua, o governo não vai conseguir controlar todo o
mundo. A pessoa precisa sair para ganhar dinheiro e
não passar fome. Se não conseguir trabalhar em
comércio fechado, vai de motorista de Uber, motoqueiro
de aplicativo, ambulante, alguma coisa para conseguir


alguma renda", disse.

O professor Écio Costa, da UFPE (Universidade Federal
de Pernambuco), le mbrou que a crise está em curso,
com a pandemia mais forte e a vacinação em ritmo
lento, o que vai continuar repercutindo no setor de
serviços.

"Há uma trajetória de redução, mas talvez aconteça um
repique, com os lockdowns ficando mais fortes",
afirmou.

A pesquisadora Maria Andreia Lameiras, do Ipea
(Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), disse que
as duas crises - de 2014-16 e a atual - têm diferenças
estruturais.

Em primeiro lugar, o atual momento já vinha de uma
situação econômica ruim, pois o país nem sequer havia
se recuperado da recessão anterior. A retomada
começava quando chegou a pandemia. Além disso, as
medidas de distanciamento social dizimaram o setor de
serviços, um dos principais empregadores.

As crises anteriores foram econômicas, enquanto esta
também tem a derrocada sanitária como agravante.

"O turismo foi impactado em 2015/16 porque o poder de
compra diminuiu, e as pessoas viajaram menos. Agora,
as pessoas pararam de viajar completamente, tinha
restrição de ir e vir, todos com medo do contágio."

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 1 -
Ipea, Banco Central - Perfil 1 - Paulo Guedes
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