Clipping Banco Central (2021-02-27)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

Folha de S. Paulo/Nacional - Poder
sábado, 27 de fevereiro de 2021
Banco Central - Perfil 1 - COAF

suposto desvio de R$ 6.1 milhões.


Ele também nega as acusações. Sua defesa afirma que
a denúncia "tem erros bizarros".


Os dados bancários do policial militar aposentado
Fabrício Queiroz, apontado como operador financeiro do
esquema de Flávio, são a base para a denúncia.


Foi por eles que os investigadores identificaram que
Queiroz recebeu depósitos de 12 ex-assessores do filho
de Jair Bolsonaro somando R$ 2,08 milhões entre 2007
e 2018.


Esses ex-assessores também sacaram R$ 2,15 milhões
no mesmo período, recursos que os promotores dizem
terem sido dirigidos para a suposta organização
criminosa.


O MP-RJ ainda identificou a partir dos dados bancários
um depósito de Queiroz de R$ 25 mil na conta da
dentista Fernanda Bolsonaro, uma semana antes de a
mulher do senador quitar a entrada de um apartamento
do casal.


Os extratos também são relevantes para demonstrar a
tese de que o senador fazia seus gastos com dinheiro
vivo, já que as contas bancárias do casal não registram
pagamentos de impostos e de serviços do casal, como
escola dos filhos e plano de saúde.


Apontam ainda depósitos de R$ 159 mil em espécie na
conta de Flávio sem origem identificada entre 2014 e
2018.


A dinâmica dos casos de Flávio e Pacheco é
semelhante. O caso do deputado estadual, contudo, tem
mais evidências de uso do dinheiro em seu favor pagos
pelo suposto operador do esquema.


Os investigadores conseguiram identificar nas contas de
André Santolia, chefe de gabinete de Pacheco,
pagamento de 22 despesas do deputado, como
mensalidades escolares, condomínios e aluguéis, que
somavam R$ 120 mil.


No caso de Flávio, Queiroz só aparece como
responsável pelo depósito de R$ 25 mil na conta de
Fernanda e o pagamento, no mesmo dia, de duas
mensalidades escolares de R$ 6.942, somadas.

O MP-RJ, contudo, diz que Flávio usava dinheiro da
"rachadinha" para suas despesas pessoais, porque
outros 172 boletos do colégio das filhas do senador e do
plano de saúde da família, que somam R$ 228,5 mil,
foram quitados sem que haja registro de débito ou
saque em volume correspondente na conta do casal. O
mesmo ocorre com impostos e outras despesas do
casal.

A movimentação de dinheiro vivo atribuída a Flávio e
Fernanda chega a R$ 1,7 milhão entre 2007 e 2018.

A ausência das provas colhidas nas buscas, porém,
pouco afeta a fundamentação da acusação do MP-RJ
contra o senador neste aspecto financeiro. As
mensagens e documentos apreendidos expõem
principalmente a relação entre os supostos funcionários
fantasmas e Queiroz, sem fazer referências ao senador.

Na próxima terça-feira (2), porém, os ministros vão
julgar outro recurso da defesa de Flávio que põe em
risco a apuração desde sua origem. A corte vai avaliar a
legalidade dos dados do Coaf (órgão de inteligência
financeira) que serviram de base para a abertura da
investigação.

A defesa do senador afirma que o documento contém
um detalhamento semelhante ao de uma quebra de
sigilo bancário, mas sem autorização judicial. O ministro
do STJ João Otávio de Noronha já sinalizou concordar
com essa tese. O relator, Félix Fischer, discorda.

O documento do órgão federal descrevia a
movimentação financeira de Queiroz considerada
atípica em 2016, que somava R$ 1,2 milhão. Foi a partir
dele que o procedimento de investigação foi aberto e
todas as demais diligências foram realizadas.

Caso ele seja considerado ilegal, restará como única
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