Clipping Banco Central (2021-02-27)

(Antfer) #1

Dívida pública vai a 89,7% do PIB mesmo sem gasto emergencial


Banco Central do Brasil

Folha de S. Paulo/Nacional - Mercado
sábado, 27 de fevereiro de 2021
Banco Central - Perfil 1 - Banco Central

Clique aqui para abrir a imagem

Autor: Larissa Garcia


Mesmo com a interrupção dos gastos emergenciais, a
dívida pública ainda sofre impacto da crise gerada pela
pandemia do novo coronavírus. O endividamento do
governo cresceu 0,5 ponto percentual em janeiro em
relação ao mês anterior e alcançou 89,7% do PIB
(Produto Interno Bruto).


Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (26) pelo
BC (Banco Central). Esse é o maior percentual da série
histórica, iniciada em dezembro de 2006. Ao todo, a
dívida bruta soma R$ 6,67 trilhões.


A dívida registra crescimentos expressivos por mês
desde o início da pandemia, mas já vinha em trajetória
de alta antes da crise. Depois da chegada do vírus ao
país, o governo teve de gastar mais em programas
emergenciais, como o auxílio emergencial e linhas de
crédito para empresas.


"A dívida bruta não responde imediatamente a
resultados positivos no mês [superávits fiscais] porque
ela é influenciada por emissões líquidas de títulos para


seu financiamento. Essas emissões têm cronograma ou
são feitas quando há oportunidade, com condições
favoráveis, para formar um colchão de liquidez. Claro
que no longo prazo sucessivos superávits resultam em
resgates e diminuem a dívida", explicou o chefe do
departamento de estatísticas do BC, Fernando Rocha.

A principal causa do crescimento, segundo o BC, é a
incorporação de juros pagos pelo governo para
financiamento da dívida ao montante, responsável por
0,5 ponto.

Além disso, a alta do dólar de 5,4% no mês contribuiu
em 0,3 ponto e a redução do PIB nominal (em R$ ), em
0,2 ponto.

Em movimento oposto, a dívida líquida, que desconta os
ativos do governo, diminuiu 1,3 ponto percentual em
janeiro e ficou em 61,6% do PIB (R$ 4,58 trilhões).

A elevação do dólar contribuiu com queda de 1 ponto
percentual na dívida líquida. Quando há valorização da
moeda americana, há redução do valor da dívida líquida
em reais porque são descontadas as reservas
internacionais, mensuradas em dólar.

"Os resultados são derivados do próprio resultado fiscal
do setor público [acumulado], com esse nível de déficit
os dois conceitos de endividamento entram em trajetória
de crescimento", disse Rocha.

Além disso, pela metodologia do BC, o governo
registrou superávit primário de R$ 58,4 bilhões no mês,
o que contribuiu para reduzir a dívida líquida em 0,8
ponto.

"É o maior resultado para o mês da série histórica,
iniciada em 2001. Em janeiro temos uma questão
sazonal, sempre há superávits porque o governo segura
os gastos, especialmente neste ano, em que não temos
orçamento aprovado. Não se espera que os próximos
meses tenham o mesmo resultado", ressalta Rocha.
Free download pdf