Silêncio
Eu sou a tua testa que toca no chão quando rezas. Eu estou
em toda a tua diversão, como em toda a tua tristeza.
Eu sou todos os qualificativos, porque nada me pode
qualificar. E tudo o que digo está em ti. Porque tudo o que
digo é você, apesar de todas as aparências e apesar de todos
os quadros impostos aí onde você está.
Eu sou o Verbo do teu sobrenome e do teu primeiro nome.
Eu sou o Verbo de cada um. Eu sou, portanto, todas as
diferenças porque não faço diferença.
Eu sou todas as condições porque sou incondicional. Eu sou
a tua Morada da Paz Suprema e eu sou todas as moradas.
Eu sou o Pai, como filho. Eu sou a mãe que dá à luz com
alegria, como no sofrimento.
Eu sou perda e ganho, não há diferença.
Silêncio
Eu sou tudo o que surge na tua vida, tudo o que lhe é dado,
assim como tudo o que lhe é tirado. Porque tudo o que foi
vivido, tudo o que você vivencia, só contribui para tirar você
do sonho.
E mesmo naquilo que você parece não viver, eu sou a Vida
que permite isso. Você só pode me nomear por todos os
nomes que nomeou.
Eu sou todas as funções porque não sou nenhuma função.