Eu sou a imobilidade, como todos os movimentos. Eu sou
em todas as formas, mesmo aquela que me nega, com a
mesma intensidade e com a mesma verdade.
Não posso ser ocultado de nenhuma forma. Eu simplesmente
fui esquecido. Eu jamais desapareci porque estou além da
aparição, como além da desaparição.
Eu sou todas as formas, todas as vidas e todas as dimensões.
Eu estou em todas as partes e em nenhuma parte, no nada
como no tudo. Eu estou naquilo a que se pode chamar de
nada, como na plenitude. Eu não faço jamais a diferença,
porque não julgo nada, porque não meço nada.
Eu sou a perfeição que foi velada. Eu sou a perfeição que
você vive, assim que me reconhece. Eu sou a soma das
imperfeições, a soma dos sonhos.
Eu sou o que você aceita como o que você recusa, com a
mesma igualdade, com a mesma verdade. Eu sou o que você
parece sentir falta, e ainda assim, nada pode estar faltando.
Eu estou na tua raiva, como nas tuas lágrimas. Eu estou em
tudo o que você sente, em tudo o que você não vê.
Eu sou a visão.
Minha primeira emanação é o paraíso branco, anterior a
qualquer forma e ainda assim contém todas as formas
passadas e presentes.
Eu sou alegria e leveza, como estou presente no mais denso
dos sofrimentos. Eu suporto tudo e aguento tudo, com a