Agapè. Tremor e vibração de alegria, mas também grande
silêncio, onde tudo o que emergiu, onde tudo o que apareceu
num momento ou noutro, dentro da consciência, se encontra
em uma única coisa, se reúne na última dança, onde tudo é
regozijo, onde tudo é leveza.
Então, o fogo ígneo é um fogo de alegria, que incendeia e
consome toda ideia e todo sofrimento, para que a liberdade
não possa mais experimentar o menor obstáculo, a menor
oposição ou o menor confronto, onde o topo e o fundo, o
interior e o exterior, se unem nesta mesma dança, neste
preciso momento do eterno presente, onde o simulacro e o
sagrado são apenas danças de ilusão e o efêmero, onde tudo é
Um e o Um está em tudo, onde tudo é resolvido, porque tudo
já foi resolvido, já foi vivido, e finalmente é acolhido, aceito e
vivido.
Tal é o dom da Vida, tal é o dom de Agapè. Porque Agapè é
o único nome, é a única palavra que nunca se extinguiu,
mesmo dentro do sonho mais profundo, mesmo dentro da
divisão, como da separação, onde nada pode ser
fragmentado, removido, contado ou mesmo descontado,
onde a respiração e o ritmo se tornam idênticos em cada
coração que o escuta, em cada coração que o aceita,
ignorando todas as circunstâncias, atravessando todas as
condições.
Tudo é Agapè. Onde o sonho, mesmo o mais sedutor, só
pode falecer, só pode desaparecer, na majestade do Amor.
Onde não precisa ser traduzido por qualquer sentimento ou
apego, por qualquer vínculo ou união. Porque em Agapè,
tudo é Um e tudo é unificado.