OS PRIMEIROS
DIAS DO RESTO
DAS NOSSAS
VIDAS
A maior votação para os órgãos sociais do FC Porto no
século XXI garantiu a Jorge Nuno Pinto da Costa uma
vitória expressiva e mais um mandato à frente do clube. Em
plena pandemia da covid-19, uma organização imaculada
e um comportamento cívico exemplar dos associados
culminaram com uma poderosa manifestação de portismo
que abre as melhores perspetivas para o futuro.
TEXTO: DIOGO FARIA
REVISTA DRAGÕES MAIO 2020
O
que é novo e diferente acarreta quase
sempre riscos. As eleições de 2020 do
FC Porto tiveram muitas novidades
e diferenças face aos atos eleitorais
anteriores, mas o resultado final não poderia ter sido
mais positivo. O fator que mais condicionou este
ato foram a pandemia da covid-19 e o consequente
estado de emergência decretado em Portugal entre 19
de março e 2 de maio. Inicialmente convocado para
18 de abril, o sufrágio só se realizou a 6 e 7 de junho,
envolto em medidas de segurança excecionais. O
panorama das candidaturas também foi bem distinto
do habitual: foram apresentadas três listas para a
Direção, a Mesa da Assembleia-Geral e o Conselho
Fiscal e Disciplinar e quatro para o Conselho Superior.
Depois de duas semanas de uma campanha sujeita
a limitações, mas ainda assim viva e participada, os
associados responderam com uma mobilização
como há muito não se via. As filas no exterior do
Dragão Arena chegaram a aproximar-se dos 400
metros de comprimento, prolongando-se desde
a Rua de S. Roque e atravessando a estação de
metro do Estádio do Dragão. 8.480 sócios quiseram
ajudar a decidir o futuro do clube e fizeram-no com
a tranquilidade que a situação exigia e com um
civismo de causar inveja a muitas organizações. Se
o número de candidaturas até podia indiciar uma
divisão acentuada, o comportamento dos portistas
foi mais uma prova de que o interesse do FC Porto é
sempre o que prevalece para a nação azul e branca.
Os resultados eleitorais também confirmaram que
existe uma perspetiva claramente maioritária sobre
o futuro da instituição. Na votação para a Direção,
a Assembleia-Geral e o Conselho Fiscal, a Lista A
mereceu a confiança de mais de dois terços dos
associados, o que significa que Jorge Nuno Pinto da
Costa foi mandatado para ocupar até 2024 o lugar
que já é seu desde 1982 e que faz dele o dirigente mais
titulado da história do futebol. Na liderança da mesa
da reunião magna do clube Lourenço Pinto substituiu
José Manuel de Matos Fernandes, enquanto o órgão
de fiscalização e disciplina permanece com José
Guimarães à frente. No Conselho Superior, que terá
Rui Moreira como vice-presidente, passam a estar
presentes representantes de três listas (A, C e D).
Concluído o processo eleitoral, os novos corpos
gerentes do FC Porto tomaram posse para o
mandato 2020-2024 a 9 de junho, no Estádio do
Dragão. Para trás ficava um desafio ultrapassado
com brilhantismo. Mais do que nunca, passava a ser
tempo de unidade para superar as dificuldades.