REVISTA DRAGÕES MAIO 2020
O JOGO DA VIDA
DE LEMOS
Um dos póqueres mais
especiais da história do FC
Porto foi assinado por Lemos
a 31 de janeiro de 1971. Na
receção ao Benfica de Eusébio,
o avançado que na primeira
volta já tinha marcado os dois
golos do empate no Estádio da
Luz foi o principal responsável
por um fenomenal triunfo por
4-0. A eficácia junto à baliza
de José Henrique valeu-lhe
um conjunto de inusitado de
prémios dos patrocinadores:
cem contos em tintas, um
frigorífico, uma máquina de
lavar louça e um gira-discos.
ESTREIAS
DE SONHO
Marcar três golos no jogo de estreia
numa competição nacional ou
internacional não é para qualquer
um, mas isso já aconteceu duas
vezes na história do FC Porto... e
no mesmo jogo! É incrível, mas
é verdade. A 14 de janeiro de
1940, Kordnya e Petrak vestiram
pela primeira vez a camisola
azul e branca num encontro do
campeonato e contribuíram com
três golos cada um para uma
vitória por 11-0 sobre o Vitória de
Setúbal, na primeira jornada de uma
liga que seria conquistada com o
brilhante registo de 17 vitórias e
apenas uma derrota em 18 jogos.
Os dois avançados de origem
croata estiveram entre os principais
responsáveis pelo sucesso da equipapokerque era treinada por Mihaly Siska.
manita
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REVISTA DRAGÕES MAIO 2020QUATRO EM LINHA
Marcar três ou mais golos num
jogo, mesmo em épocas de grande
produção ofensiva, é sempre um
fenómeno relativamente raro.
Fazer dois hat-tricks em jogos
consecutivos ainda mais. Três é
fenomenal. E quatro já parece irreal
ou, pelo menos, inverosímil. Mas foi
isso mesmo que aconteceu entre
12 de abril e 4 de maio de 1942:
Correia Dias marcou três golos ao
Vitória de Guimarães, depois outros
três ao Barreirense, mais três ao
Leça e ainda três ao Carcavelinhos.
Foram quatro hat-tricks em quatro
jornadas seguidas da liga, numa
época em que o mesmo avançado
já tinha assinado outros três golos
frente ao Benfica e em que foi o
melhor marcador da prova, com- Seis anos depois, a 6 de maio
de 1948, Correia Dias bisou na
célebre vitória sobre o Arsenal.
AS VÍTIMAS
O clube que sofreu mais golos
múltiplos de jogadores do FC Porto
foi o Vitória de Setúbal. A aparente
sina dos sadinos começou a 24 de
janeiro de 1937, com um hat-trick
de Pinga, e prolongou-se até 17
de agosto de 2019, data em que
Zé Luís lhes marcou três golos
no Dragão. Pelo meio, sofreram
mais 14 hat-tricks, um póquer e
duas manitas. Já os dois principais
rivais de Lisboa empatam a sete
neste domínio. O Benfica sofreu
um póquer e seis hat-tricks, sendo
o mais recente o de Jacques na
segunda mão da edição de 1981 da
Supertaça. O registo do Sporting
é semelhante – seis hat-tricks e
um póquer –, mas prolongou-se
até tempos bem mais próximos
da atualidade: quem é que já
esqueceu os três golos de Tello