REVISTA DRAGÕES MAIO 2020
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A transferência do treinador
nórdico do Goppingen para o
FC Porto podia ser resumida
em três verbos e uma frase
histórica, porque, na verdade, foi “chegar, ver
e vencer”. Desde que Magnus Andersson
aterrou no aeroporto Francisco Sá Carneiro,
não deixou escapar qualquer troféu nacional.
Mas nem todos os títulos lhe foram atribuídos.
Na penúltima jornada da fase regular da
edição de 2019/20 do Andebol 1, o FC
Porto entrou no Pavilhão João Rocha para
disputar, com o Sporting, o primeiro lugar da
competição. O empate a 29, na primeira volta,
entre os campeões nacionais e os lisboetas
representava a única partida que ambos os
conjuntos, em igualdade no comando da
tabela classificativa, não tinham vencido
até à ronda 25. Em março, em Alvalade, os
azuis e brancos voltaram a demonstrar uma
superioridade gritante e garantiram a primeira
posição da primeira fase, depois de todos
terem jogado contra todos, em casa e fora.
A pandemia do novo coronavírus chegou à
André Gomes foi eleito o Melhor Jovem da Liga dos Campeões
pelos treinadores das equipas que disputaram a edição
desta temporada da mais importante competição europeia
de clubes, prova em que os Dragões fizeram história ao
conseguir o apuramento para os oitavos de final, fase em que
defrontariam o Aalborg, da Dinamarca, se a pandemia do novo
coronavírus não tivesse impedido a disputa da eliminatória.
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Europa pouco depois da vitória portista na capital. O Estado de Emergência
Nacional foi declarado e, de forma preventiva, todos as modalidades
assistiram à interrupção das competições. Neste caso, o andebol não foi
exceção. O problema é que a entidade que tutela a modalidade em Portugal,
em contramão em relação aos melhores e mais práticos exemplos europeus,
optou por fugir à regra na decisão relativa aos resultados desportivos.
Enquanto em Espanha, França, Alemanha, Polónia, Eslovénia, Luxemburgo,
Bélgica/Holanda e, na terra natal de Magnus Anderson, na Suécia, os
títulos nacionais de 2019/20 foram atribuídos às equipas que lideravam os
campeonatos, em Portugal, a federação emitiu um comunicado juntamente
com as congéneres de basquetebol, hóquei em patins e voleibol para
justificar a decisão de não atribuir o campeonato ao FC Porto, o vencedor da
fase regular. E já depois de disputadas as 26 jornadas previstas, com jogos
entre todas as equipas, em casa e fora. Em vez de seguir o exemplo dos
campeonatos de renome na Europa, a FPA preferiu ser pequenina, encolher-
se e tomar uma posição em sintonia com outras modalidades portuguesas,
cujos modelos competitivos nada têm a ver com o campeonato de andebol.