Jorge Nuno Pinto da Costa
Sou presidente do FC Porto há 38 anos e
já vi o nosso clube ser enterrado muitas
vezes por quem nos quer mal. Costuma ser
bom sinal. De cada vez que isso acontece,
respondemos com força e suscitamos
ainda mais razões para continuarmos a ser
invejados. Foi o que aconteceu nas últimas
semanas.
As eleições que se realizaram a 6 e 7
de junho foram um momento espantoso.
O civismo dos sócios, a mobilização
impressionante, o brilho da organização,
a forma como vencedores e vencidos
lidaram com os resultados, a superior
direção dos trabalhos pelo Conselheiro
Matos Fernandes... Tudo contribuiu para
demonstrar que o FC Porto está bem vivo
e tem uma base associativa forte, que se
interessa pelo destino do clube e que sabe
expressá-lo com elevação em eleições
democráticas, sem voos de cadeiras e sem
apertões no pescoço seja de quem for.
Não posso deixar de voltar a agradecer
a todos os sócios que confiaram em mim e
na minha equipa para dirigir o clube. É por
eles e por todos os outros portistas, os que
não votaram em nós e os que nem sequer
votaram, que daremos o nosso melhor para
AZUL VIVO
ultrapassar todas as dificuldades e para
termos muitos motivos para festejar. Tenho
a esperança de que nem faltará muito até
voltarmos a ter grandes alegrias.
As duas provas que estamos a
disputar não estão decididas, e no caso
do campeonato o caminho ainda é longo.
Sabemos que por vezes há obstáculos
que temos de enfrentar além dos nossos
adversários. Mas não deixaremos de lutar
contra tudo e contra todos. Foi sempre
esse o nosso percurso. E é por isso que o
FC Porto de hoje é tão diferente do que
existia a 24 de abril de 1974.