8 NATIONAL GEOGRAPHIC
Nesta noite amena de meados de
Outubro, vou a caminho do Obser-
vatório McCormick da Universi-
dade de Virgínia numa missão para
resolver um mistério antigo: o que
leva os terrestres a viverem tão
obcecados por Marte?
A cúpula do observatório está aberta, gra-
vando um crescente luminoso cor de âmbar
sobre a escuridão do Outono. No interior, um
telescópio vai ajudar-me a ver Marte tal como
os observadores o avistaram há mais de um
século. Em 1877, astrónomos ansiosos usaram
o instrumento para confirmar a descoberta
das duas minúsculas luas que orbitam Marte:
Fobos e Deimos.
Esta noite, o astrónomo Ed Murphy deslo-
cou-se de propósito ao observatório, que
estava fechado ao público devido à pandemia
em curso. A dança rodopiante das dinâmicas
orbitais posicionou Marte na sua maior e mais
brilhante posição no céu e Ed calcula que esta
seja a melhor altura para o observar na região
central do estado de Virgínia, onde a atmos-
fera turbulenta pode, por vezes, dificultar a
observação do céu nocturno.
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SPENCER LOWELL
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