Dragões - 201811

(PepeLegal) #1

100


cerimónia


TEXTO: ALBERTO BARBOSA

Respire fundo, porque aqui a contagem faz-se às centenas. De 100 em 100, começamos em
Quaresma e acabamos em Diego Reyes. São sete golos de sete autores num percurso de 11
anos e 12 dias que tocou cinco títulos e as emoções de quem já gritou mais de setecentos
golos no Dragão. Preparado? Se puder, detenha-se por instantes com a tripla curiosidade
de cinco deles terem chegado do continente americano, quatro terem sido marcados
contra equipas madeirenses e três terem a assinatura de defesas. Curioso, não é?

Não foi um dos golos mais bonitos de
Quaresma, mas foi, seguramente, um dos
mais divertidos. Começou tudo à direita,
com um lançamento longo de Pepe, e não
terminou sem a participação decisiva
de Khadim, o guarda-redes do Boavista.
Pelo meio, um primeiro remate de Bruno
Moraes foi devolvido por Ricardo Silva e,
dois segundos depois, já no lado oposto, à
esquerda, Quaresma superou a oposição de
um adversário para rematar de pé direito.
Surpreendentemente, sem ziguezagues nem
trivela. Apenas perfeito, rente à relva, ao
poste mais próximo e com um arco discreto.
Khadim acompanhou todo o lance, seguiu a
trajetória da bola e julgou ter defendido “com
os olhos”. Mas observar, mesmo de perto,
não foi suficiente: a bola bateu no poste e
ainda lhe tocou na luva a caminho do golo.

GOLO


100


RICARDO QUARESMA (51’)
FC PORTO-BOAVISTA, 2-
LIGA, 12.ª JORNADA
2 DE DEZEMBRO DE 2006

CONTEXTO
Mil e trinta dias depois do
primeiro golo oficial do FC
Porto no Estádio do Dragão,
da autoria de Maniche,
Ricardo Quaresma marcava
o centésimo. O “7” fazia o
sexto de oito golos na época
do primeiro de três títulos de
campeão nacional de Jesualdo
Ferreira. Hélder Postiga
apontou o segundo da noite,
fechou o resultado, assumiu a
liderança da lista de melhores
marcadores, com nove golos,
e confirmou a extensão das
distâncias para o Sporting,
que na véspera tinha perdido
com o Benfica em Alvalade.
O FC Porto desbravava
terreno para o bicampeonato
e passava a dispor de cinco
pontos de vantagem.

O Boavista alinhou no dérbi com Mário Silva, Ricardo Silva, Ricardo Sousa e Tiago, que
tinham jogado no FC Porto, e ainda com o polaco Kazmierczak, que haveria de mudar-se
para o Dragão no final da época. Os azuis e brancos utilizaram Bosingwa e Raul Meireles,
ex-jogadores do Boavista, e Marek Cech, que oito anos depois vestiria a camisola ao xadrez.

TEXTO: ALBERTO BARBOSA

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