Dragões - 201904

(PepeLegal) #1
REVISTA DRAGÕES ABRIL 2019

“ESTAVA HÁ TANTO


TEMPO À ESPERA DO


GOLO QUE NEM O SENTI”


Danilo Pereira disputou apenas um jogo
entre 24 de janeiro e 2 de setembro de 2018.
O FC Porto sagrou-se campeão nacional e
venceu a Supertaça de Portugal com o médio
afastado da competição. Reconhecendo
a importância dos títulos conquistados,
o internacional português nem hesita:
garante que festejou em pleno e que não
estaria disposto a mudar os capítulos da
história da época passada, mesmo com os
problemas físicos que o acompanharam.

Qual foi a sensação de ganhar o
campeonato na época passada, depois
de um período inusitado no clube?
Foi muito importante, já vínhamos há quatro
anos sem ganhar títulos, estávamos realmente
com fome de títulos e isso foi importante na
nossa caminhada. Estávamos todos focados
no campeonato e o título foi um libertar
de sentimentos e emoções, viu-se imensa
gente na rua e imensa gente a agradecer-nos
pela conquista. Senti-me bem e orgulhoso,
porque foi o meu primeiro campeonato.

Como viveu aquela noite de festejos
na Avenida dos Aliados?
Há um quadro nas paredes no Estádio do
Dragão que mostra os Aliados cheios de
gente e eu dizia sempre aos meus colegas
de equipa que aquilo era verdadeiramente
uma grande festa. Alguns não tinham noção,
mas eu já tinha visto as festas nos outros

anos, embora não tenham sido nos Aliados.
Achava aquilo fantástico e proporcionar
essa alegria de novo aos adeptos, ver o
FC Porto novamente nos Aliados teve um
significado muito grande para mim.

Em agosto, a época começou com a
conquista da Supertaça de Portugal,
mas o Danilo também falhou esse
jogo frente ao Desportivo das Aves
devido a lesão. Foi um sentimento
agridoce para si, festejar a conquista de
títulos sem poder estar na equipa?
Festejei em pleno, porque eram títulos
que ambicionava conquistar no FC Porto.
Estando lesionado, há sempre um sentimento
agridoce, como diz, porque queremos
ajudar a equipa, queremos estar bem.
Mas fiquei completamente feliz, eram
títulos que queria conquistar. Se tivesse
de voltar atrás, de repetir tudo, não me
importava que fosse tudo igual ao que foi.

Entretanto, regressou aos relvados e já
regressou aos golos. Não marcava desde
dezembro de 2017 e voltou a fazê-lo em
março de 2019, em Santa Maria da Feira,
frente ao Feirense (2-1). Já tinha saudades?
É curioso, mas naquele momento, como
estávamos a perder, o festejo não foi muito
efusivo. Só pensava em dar a volta ao
resultado, o que felizmente veio a acontecer.
Quando cheguei a casa até comentei isso

com a minha mulher: estava há tanto
tempo à espera do golo que nem o senti.
Estávamos a perder e tínhamos de dar a
volta, era essa a prioridade. Mas sabia que
ia marcar mais golos e assim aconteceu.
Sou um jogador que gosta de marcar golos,
apesar da posição que ocupo em campo.

No início de abril marcou de novo e foi
um golo importante, frente ao Sporting de
Braga, na segunda mão das meias-finais
(1-1), depois de uma vitória por 3-0 no
jogo no Estádio do Dragão. Sentiu que
nesse momento colocou um ponto final
na questão e confirmou a presença do
FC Porto na final da Taça de Portugal?
Sim, acredito que sim. Era importante
marcarmos um golo, naquele momento
estava 3-1 na eliminatória e um golo do
Sporting de Braga podia abrir a eliminatória.
O jogo não estava fácil, o Braga estava a
pressionar muito no nosso meio-campo

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