REVISTA DRAGÕES ABRIL 201946
em março do ano passado quase
terminei a minha carreira. Sei
que posso fazer muito mais e
melhor, mas no presente o meu
corpo não está preparado para
tal, isso acontecerá no futuro. Se
tiver demasiada pressa, estou
a prejudicar-me, por isso estou
calmo e vou passo a passo.Durante o período em que
jogou na Bundesliga, pôde
acumular bastante experiência
europeia. Quão útil pode ser
essa rodagem para o FC Porto
nesta fase da época?
A Bundesliga é um campeonato
extraordinariamente exigente,
todos os jogos são disputados
a um ritmo altíssimo, há
muitas jornadas. São desafios
muito parecidos com os que
encontramos na Taça EHF pela
forte vertente física existente
e isso é algo com que temos
de saber lidar nesta prova
europeia. Muitas vezes em
Portugal os encontros estão
decididos após 25, 30 minutos
e naquelas partidas temos de
estar focados durante os 60
minutos. Este é um aspeto em
que eu posso ajudar a equipa.Especificamente, quais são
as maiores diferenças entre aBundesliga e a Liga Portuguesa,
e como foi a sua adaptação?
Na Bundesliga, temos 18 equipas
de nível francamente elevado e
aqui em Portugal há três nesse
patamar, as outras formações
estão mais abaixo em termos
qualitativos. A competitividade
é maior na Alemanha. Outra
grande diferença é que aqui é
tudo mais individual: no nosso
plantel, por exemplo, temos
atletas tremendos, verdadeiros
“diamantes” que correm
incrivelmente rápido e saltam
muitíssimo alto. Já na Alemanha,
é tudo mais tático, tem tudo a ver
com o sistema de jogo, ao qualas equipas são completamente
fiéis. Notei bem essas diferenças
e soube adaptar-me.A vitória na eliminatória
contra o Magdeburgo, um
conjunto de topo mundial, em
novembro, foi um momento
decisivo da temporada?
Sem dúvida. Deu-nos bastante
confiança. Foi muito importante
não termos desanimado
quando enfrentámos uma
desvantagem significativa fora
de casa na primeira mão. Se
tivéssemos vindo de lá com
um resultado demasiado
pesado, não haveria nada a