Dragões - 201904

(PepeLegal) #1
REVISTA DRAGÕES ABRIL 2019

fazer aqui no Dragão Caixa na
segunda mão e a verdade é que
nós deixámos tudo em aberto.
Depois, perante o nosso público,
com uma grande atmosfera,
seguimos um plano de jogo muito
bom: jogámos de forma rápida
e evitámos erros técnicos, o que
lhes facilitaria muito a vida, ao
mesmo tempo que estivemos
fortíssimos na defesa com o
guarda-redes a destacar-se. Isso
foi fundamental para o sucesso.

O FC Porto qualificou-se
pela primeira vez para os
quartos de final da Taça
EHF no atual formato da
competição. É possível ganhar
esta prova europeia?
Se me tivesse perguntado isso
quando soubemos que íamos
defrontar o Magdeburgo, eu
teria respondido que estávamos
praticamente fora da competição,
porque na altura calhou-nos o
adversário mais difícil. Mas, vendo
agora aquilo que conseguimos, só
consigo pensar no extraordinário
espírito de equipa que revelámos,
alcançámos um patamar
acima quer como grupo quer

individualmente. Acho que
não é insensato termos o
título no pensamento. E
no desporto já se sabe que
um duelo pode cair para
qualquer um dos lados, mesmo
quando não se é o favorito.

A nível interno, quais são
as vossas ambições?
Estamos focados na conquista
do campeonato e da Taça de
Portugal. São objetivos claros.
Conseguimos finalmente
puxar o ascendente para o
nosso lado contra o Sporting e
isso poderá fazer a diferença
doravante. Os confrontos
estavam a ser decididos nos
detalhes, eles estavam a tomar
melhores decisões nas fases
terminais das partidas. Em
termos qualitativos, os dois
coletivos são equiparáveis,
mas nós temos mais margem
de progressão do que eles.
Acho que ainda podemos
dar mais do que aquilo que
apresentámos até ao momento.

Está em Portugal há cerca de
nove meses. Já está habituado
ao clube, à cidade, ao país?
Tem sido fácil até ao momento.
No nosso grupo de trabalho há
companheirismo e além disso o
Magnus fala comigo em Alemão.
Nos treinos, as palestras
coletivas são em Inglês, mas
quando me quer dizer algo em
particular é em Alemão. Se
tivesse um treinador português,
iria ser muito mais complicado,
porque não entendo nada
da língua. Quanto ao resto, a
cidade é bonita, tenho a praia a
cinco minutos, o tempo é ótimo.
Hoje, na Alemanha, estão
quatro graus e chove, enquanto
aqui no Porto estive a tarde
toda ao ar livre antes do treino.

Para além do andebol,
que interesses tem?
Neste momento, tenho dedicado
bastante tempo livre a estudar
Economia. Por vezes, temos
treinos bidiários e não é fácil gerir
a situação, mas com esforço tudo
é possível. Nos últimos meses,
desde que cá cheguei, tenho
apreciado muito ir à praia e ficar
lá a relaxar apenas, a absorver o
ambiente. Dantes só ia à praia em
férias e agora posso fazê-lo quando
quiser, basta entrar no meu carro
e em poucos minutos estou lá.
Gosto também de ir ao ginásio e
exercitar-me. Sempre que possível,
aproveito ainda para sair e tomar
café com aqueles de quem sou
mais próximo aqui. A vida social
é aquilo de que sinto mais falta, já
que todos os meus amigos estão
na Alemanha. Fiz dois amigos em
Portugal, é verdade, mas não fazem
parte daquele círculo de pessoas
com quem cresci. A família e os
amigos são parte fundamental
da minha vida e felizmente
fazem-me algumas visitas.

Como está o seu Português?
Apenas sei dizer coisas básicas.
Daqui para a frente vou esforçar-
me mais para aprender a
língua. É o mesmo que fazem
os estrangeiros na Alemanha,
daí que queira apostar nisso.

Em termos pessoais e
profissionais, a experiência
no Porto está a corresponder
às expectativas?
Honestamente, cheguei aqui sem
grandes expectativas. Não sabia
muito sobre o andebol do FC Porto,
a parte que conhecia mais do clube
era o futebol. Não tinha noção
do quão profissional a secção
seria. Tenho deixado as coisas
correr, fluir e até ao momento
estou muito bem impressionado.

“Ainda podemos dar


mais do que aquilo


que apresentámos


até ao momento”


47

Free download pdf