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REVISTA DRAGÕES SETEMBRO 2020
A DRAGÕES foi ao
encontro de Jonathan
Fairell e dá-lhe a conhecer
um dos reforços da
equipa de basquetebol
do FC Porto para a época
2020/21. O poste norte-
americano, de 27 anos,
impõe respeito com 2,01
metros de muita fibra,
mas a tranquilidade
com que fala chega a ser
contagiante. Com muita
experiência acumulada
depois de jogar na Áustria,
na Bélgica, em França e
na Argentina, Jonathan
Fairell é um nome forte
no plantel portista que vai
atacar todos os títulos na
temporada que se avizinha.
ENTREVISTA de BRUNO LEITE
“SE FOR
PRECISO
SANGUE,
SUOR
E LÁGRIMAS,
ASSIM SERÁ”
BASQUETEBOL
A
“cultura de vitória” do FC
Porto assenta na perfeição
à personalidade do
poste norte-americano,
alguém que “só pensa em ganhar”,
por isso é que fala em “disciplina”
e “trabalho” como as grandes bases
do sucesso. Fã da NBA e apoiante
dos Miami Heat e dos Los Angeles
Lakers, Jonathan Fairell considera-se
“uma pessoa muito tranquila” fora do
campo, mas é dentro dele que quer
conquistar títulos de azul e branco.
Afinal de contas, ainda agora chegou
e já se sente em casa, pois encontrou
“grandes pessoas” que querem
formar “uma verdadeira equipa”.
Como se proporcionou a
vinda para o FC Porto?
O meu agente tem uma excelente relação
com o FC Porto e disse-me que o Moncho
López é um excelente treinador e que este
é um grande clube, um clube profissional.
Aqui existe uma cultura de vitória e eu
sou um homem de ganhar. Gosto de
competir e de ganhar e aqui é assim.
Sinto que estou em casa no FC Porto.
Acredita, então, que o Jonathan
Fairell no FC Porto é uma espécie
de encaixe perfeito?
Sem dúvida! A forma como o Moncho
López quer a defesa e o ataque, por exemplo,
encaixa perfeitamente naquilo que sou.
JONATHAN FAIRELL
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REVISTA DRAGÕES SETEMBRO 2020
Tudo aquilo que encontrei desde
que cheguei ao FC Porto faz-me
sentir que estou em casa.
O que lhe pediu o treinador?
Acima de tudo, quis que
trouxesse a minha experiência,
que seja competitivo e que
treine todos os dias como
um verdadeiro profissional,
divertindo-me a fazê-lo.
Já conhecia alguma coisa
sobre o clube ou sobre a cidade
antes de vir para o FC Porto?
Confesso que não conhecia
muita coisa, mas assim que soube
que vinha para cá fiz a minha
pesquisa e falei com alguns amigos
basquetebolistas que já jogaram
em Portugal. Todos me disseram
que o FC Porto é um grande clube,
que a cidade é fantástica e que as
pessoas são muito simpáticas.
Como tem decorrido a
adaptação ao FC Porto e aos
novos companheiros?
Tem sido fantástica a adaptação.
Temos um grupo da equipa no
WhatsApp e falamos praticamente
todos os dias, mesmo estando
juntos nos treinos. Comecei a
habituar-me a eles e eles a mim
mesmo antes de chegar ao Porto.
Tive a possibilidade de conhecer
os meus companheiros antes
de me juntar a eles dentro do
campo e isso fez muita diferença.
O FC Porto tem seis norte-
americanos no plantel.
Isso torna a integração e a
adaptação mais rápidas?
Podemos dizer que sim, mas acima
de tudo acredito que os norte-
americanos têm uma mentalidade
diferente no que diz respeito
ao basquetebol. Aqui, os norte-
americanos têm a capacidade
de juntar toda a gente dentro do
coletivo e isso é muito importante.
Se temos seis norte-americanos,
é fantástico, porque somos
muito competitivos, gostamos
de partilhar a bola e somos
bons companheiros de equipa.
Todos somos grandes pessoas e
queremos funcionar como um
todo, como uma verdadeira equipa.
Os adeptos do FC Porto podem
esperar bom basquetebol?
Estamos aqui para ganhar e
nada mais. Não estamos aqui
para sermos medíocres e vamos
dar tudo para ganhar sempre,
todos os dias. Se ganharmos
o dia todos os dias, isso vai
dar-nos mais possibilidades
de sermos campeões.
Como se descreve
enquanto jogador?
Sou um competidor e alguém que
só pensa em ganhar, que detesta
perder. Ganhei campeonatos no
passado, tenho experiência, sou
um lutador e nunca vou deixar
de lutar, todos os dias. Tenho a
obrigação de estar ao meu melhor
nível para os adeptos em todos
os jogos, pois eles pagam para
nos ver e apoiar. É a obrigação de
todos os jogadores exibirem-se
num nível alto em todos os jogos.
Esse autorretrato enquadra-se
naquilo que é o jogador à Porto?
Eu morro dentro do campo se
for preciso. Isto é o que eu amo
fazer. Se amas alguma coisa, isso
torna-se a tua paixão. Quando te
tornas apaixonado por algo, fazes
o que for preciso para ganhar e ter
sucesso. Se for preciso sangue, suor
e lágrimas para ganhar, assim será.
O que é que o Jonathan
Fairell pode acrescentar
à equipa do FC Porto?
Acredito que posso acrescentar
“Estamos aqui para ganhar e nada
mais. Não estamos aqui para
sermos medíocres e vamos dar tudo
para ganhar sempre, todos os dias.
Se ganharmos o dia todos os dias,
isso vai dar-nos mais possibilidades
de sermos campeões.”
intensidade, ressalto, comunicação
e a minha experiência adquirida.
Moncho López afirmou que
o Jonathan Fairell daria um
upgrade defensivo à equipa...
Acredito que sim, pois sou um
jogador muito energético na
defesa e comunico muito com
os meus companheiros em
todas as situações. Acredito que,
quanto maior for a comunicação
dentro do campo, mais fácil
se torna jogar basquetebol. Se
não existe comunicação, as
coisas tornam-se mais difíceis.
A experiência que adquiriu
lá fora pode ser importante
para a equipa?
Acredito que sim. Todos
passamos por experiências na
vida que fazem de nós aquilo
que somos. Estive em França,
onde representei cinco equipas
em três anos, na Argentina, na