Dragões - 202010

(PepeLegal) #1

DE VOLTA


A CASA


Frente a Manchester City, Olympiacos e Marselha,


o FC Porto disputa pela 24.ª vez a fase de grupos


da mais importante competição de clubes do


mundo. Já são quase três décadas de um percurso


sem paralelo entre as equipas que não pertencem


aos cinco principais campeonatos europeus.


TEXTO: DIOGO FARIA


“O grupo da Liga dos Campeões é extremamente
equilibrado. O Manchester City tem um orçamento fora
do normal, o FC Porto é um histórico e depois temos
o campeão grego e o Marselha, que conheço bem, de
um campeonato de um país onde estive a trabalhar.”
Sérgio Conceição, treinador do FC Porto

REVISTA DRAGÕES OUTUBRO 2020

A


história
começou
em 1993,
ano de
centenário do clube,
quando um célebre
empate a zero em
Roterdão, depois de
uma vitória sobre o
Feyenoord nas Antas,
valeu a primeira
qualificação do FC Porto
para a fase de grupos da
Liga dos Campeões. 27
anos mais tarde, os azuis
e brancos arrancam
este mês para a 24.ª
participação na prova
milionária, um registo
que só é superado pelos
colossos desportivos e
financeiros Barcelona
e Real Madrid e
igualado pelo atual
campeão europeu
Bayern Munique. Mais
abaixo no ranking
ficam todos os outros,
incluindo clubes com
o poderio do Liverpool
ou da Juventus.
O número de presenças

na competição é um
fator relevante, mas
não é o único – nem
o mais importante –
que testemunha o
brilhantismo do
percurso do FC Porto
neste lago de tubarões.
A vitória na final de
2004, frente ao Mónaco,
integra os Dragões na
elite das 13 equipas
que já foram campeãs
da Europa no formato
atual. E tem, além disso,
outro significado muito
relevante: desde então,
nunca um clube de fora
das cinco principais ligas
europeias conseguiu
ganhar a Champions, ou
sequer alcançar a final. O
melhor torneio de clubes
do mundo tem um nível
de exclusividade que
não está ao alcance
de todos, e nenhum
competidor tem tido
tanta capacidade como
o FC Porto para furar
as lógicas definidas
à partida e derrubar

todos os favoritismos.
A escala do sucesso azul
e branco é internacional,
mas também se presta
a leituras de âmbito
interno. Num tempo
em que tanto se fala de
hegemonias – muitas
vezes na sequência de
vitórias tão suspeitas
que até geram
investigações judiciais –
o FC Porto tem mostrado
recorrentemente nos
palcos mais difíceis que
nunca perdeu, desde
que existe Liga dos
Campeões, o estatuto
de melhor equipa
portuguesa. As 24
participações azuis e
brancas contrastam
com as 15 do Benfica,
as oito do Sporting e
as duas do Boavista e
do Braga. Além de ser
o único clube nacional
que já conquistou
a prova, o FC Porto
tem uma supremacia
avassaladora no
número de qualificações

para as fases a
eliminar: 15 dos atuais
campeões nacionais,
cinco do Benfica,
uma do Sporting e
uma da Boavista.
No final de 2018/19,
aquelas coisas estranhas
que têm acontecido
em Portugal com
alguma regularidade
impediram o FC Porto
de ser campeão nacional
e de se qualificar
diretamente para a
Liga dos Campeões.
Uma infelicidade
nas eliminatórias de
acesso à competição
provocou um curto
interregno a que os
portistas não estão
habituados, e que por
isso foi difícil de digerir.
Um ano depois, está
reposta a normalidade.
A Europa sabe que
o lugar do FC Porto
nas competições
continentais é na Liga
dos Campeões. Estamos
de volta a casa.

“Foi um sorteio equilibrado. É um grupo em que a armada portuguesa
está bem representada, pois todas as equipas têm portugueses,
sejam treinadores ou jogadores. Vai ser bom rever alguns amigos e é
mais um motivo aliciante para que este grupo seja um grupo intenso,
com muita qualidade e que torne o nível desta Liga dos Campeões
ainda melhor. Passar à próxima fase é o nosso principal objetivo.”
Vítor Baía, administrador da SAD do FC Porto
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