No Brasil, esse novo tipo de
minitexto surge no final da década de
sessenta e se consolida entre os anos
setentaeoitenta,ocupandocadavezmais
espaço nas publicações de autores como
Rubem Fonseca, Dalton Trevisan, Elias
José, Adriano Aragão, Péricles Prade,
Marina Colasanti, Carlos Drummond de
Andrade, OswaldoFrançaJunioreHelena
ParentedaCunha.Porém,confirmandosua
tendênciaaabsorveroqueacircundaea
transpor o que aimobiliza, a novaforma
logo se transforma outra vez,
incorporando parâmetros a partir dos
anosnoventa.
Emsuaescala“micro”,abrevidadeé
medida por toques e caracteres e o foco
textual se desvia do “contar” para o
“presentificar”,explorandootextomínimo
os elementos que permitem tornar
presente arealidade fugazeindizívelque
nos circunda, surpreende e silencia. A
narrativa se dilui em cenas instantâneas
que, como flashes fotográficos, fazem
dispararnamentedoleitorapercepçãode
umcenáriomais amplocontraoqualsua
críticasechoca.
Com essa multiplicidade de
contornos e de nuances, a Mimificação
vem chamando atenção da crítica
especializada e conquistando seupúblico
leitornoBrasil.Impulsionadapelosmeios
virtuais epor uma novasafra deautores
(entreelesFernandoBonassi,Marcelino
Freire, Leonardo Brasiliense e
Ivana Arruda Leite), sua produção
aumenta e se renova em
consonância com as mais recentes
tendências de nossa literatura. Em
qualquer uma de suas variantes,
entretanto, permanece a mesma
essência: pelos caminhos da
Mimificação somos impelidos a ler
além do que lemos, a pensar além
do que lemos e a romper sempre os
limites que encarceram nossos
pontos de vista.
Francilene Maria R A Cechinel
Mestre em Letras -História Literatura
(FURG) –Doutoranda em Letras –
História da Literatura (FURG)