LIVRO-EGÌDIO-PDF

(MARINA MARINO) #1

Claro que ninguém faz a menor ideia de que a Realidade
nada tem a ver com esse mundo irreal, onde, por exemplo, as
palavras e descrições dos fatos passam a substituí-los, como
se fossem a mesma coisa.


Assim, por isso, e por essa consciência inconsciente, é que até
o transcendente, que em si mesmo é sem nome e sem
ninguém, foi tão nomeado por todos e de todas as formas em
toda essa trajetória de irrealidade humana.


AMOR DE ALGUÉM VERSUS AMOR DE NINGUÉM


Na amplitude do conhecer, do efêmero, da satisfação, do
encanto, nada pode ser mais elevado do que o amor de
alguém. O amor de ninguém é o próprio Amor, que vai além
de toda elevação, transbordando tudo, onde o conhecer é
substituído pela Verdade, onde o efêmero é permutado pelo
Eterno, onde a satisfação se perpetua e onde o encanto passa
a ser a cada instante.


O amor de alguém faz parte do exílio a que foi submetido o
que é verdadeiro. O amor de ninguém, que é o próprio Amor,
reside no seu estado original, na sua morada de paz suprema.


O amor de alguém considera inimigo tudo que o torna
limitado, incapaz e insuficiente, sem atinar que sem esse
inimigo ele estaria propenso a viver na ilusão de ser o que
não é. O amor de ninguém não pode ter inimigo, e nem
precisa, pois é ilimitado e suficiente em si mesmo.

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