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(MARINA MARINO) #1

o caso. Ao nível de entendimento, toda pessoa é muito
atrelada ao corpo, e pouco sabe quanto ao seu próprio
destino após sua morte física; não obstante as muitas crenças
a respeito disso. Assim, sem garantia de ter-se liberado do
mundo, mesmo tendo morrido, o fato é que, enquanto viveu,
a pessoa foi sempre dependente dos ditames da saúde e da
perspectiva de falecimento do corpo; saúde essa que requeria
muita sorte e disciplina; e perspectiva essa que sempre foi a
certeza do inevitável. Talvez existisse a liberdade de
pensamento; mas isso sempre carecia de muito controle, para
se evitar maiores delírios e ilusões. Enfim, liberdade da
pessoa, na melhor das hipóteses, não passa de uma fantasia.


Existe também um outro dizer, neste caso, nada popular, em
que situa a pessoa como sendo o próprio mundo; ficando
sempre um à mercê do outro, realimentando-se
reciprocamente. Diz também que esse mundo é ilusório e vai
acabar, e que isso é o alvo maior da Promessa e do
Juramento. Diz também que para ser Liberado Vivo, quem
morre é a pessoa e não o corpo. Por fim, diz também que o
importante não é libertar a pessoa, mas libertar-se dela.


O ANTES E O DEPOIS DO PENSAR


Quando nos surge o que quer que seja, naquele instante,
naquela origem, naquele ponto inicial, vive-se em consciência
pura, em a-consciência, em sacralidade, em eternidade, em
acolhimento, em estado de ser, em consonância com a Vida,
em abertura plena ao Desconhecido. Isso é o Antes do
Pensar.

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