Revista 3ª edição

(Anita Santana) #1

Despe-se de qualquer vaidade, o belo se torna pleno pela
simplicidade e delicadeza de seus atos aprendidos e imitados por suas
ancestrais (mulheres de fino traquejo), senhoras de grandes
sabedorias, que conduziam seus lares e afazeres domésticos,
dedicações aos familiares e amigos.
Olho a sutileza de seu gesto tão corriqueiro, sutil ao prazer de
realização de um ato tão comum, um aroma peculiar e um sabor forte
que dá prazer em repetir em vários goles e conversas afins. Vejo-a tão
pura, doce, corajosa, transparente, nestas vestes simplórias, pronta
para começar mais um dia de peleja, como um queijo na prensa, o
leite para vários burregos enjeitados (desprezados pelas mães).
A manteiga para coar, a galhinha para depenar, o milho dos
porcos e o soro não podem passar do ponto e nem derramar. Sem
deixar de falar que esse café será servido para as pessoas da casa como
também para quem chegar na hora, sempre cabe mais um. Vem
acompanhado de um beiju com queijo assado na brasa, um cuscuz,
leite tirado da vaca na hora, fervido, quentinho. Que linda e
esplendorosa cena, reluz sua luz divina, transcreve sua trajetória de
lutas e buscas. És feliz pelo o teu semblante e marcas deixadas pelo o
tempo, cicatrizes de erros e acertos, amores e desamores, perdas e
ganhos.
Agradeço por fazer parte dessas histórias, de ter tido a
oportunidade de compartilhar desses momentos únicos, inigualáveis,
inesquecíveis e maravilhosos, que devem perpetuar em minha mente e
eu que possa compartilhar com meus descendentes em futuras
gerações.


MINHA MÃE, MULHER DA JANELA, DO MEU CORAÇÃO,
MENTORA DE MINHA VIDA.

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