Teles querem transformar pré-pago em cartão de débito
Banco Central do Brasil
O Globo/Nacional - Economia
sábado, 6 de março de 2021
Banco Central - Perfil 1 - Pix
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Autor: BRUNO ROSA
A TIM, terceira maior operadora de telefonia móvel do
país, desenvolve, em parceria com outras teles, uma
solução para criar uma carteira digital. A ideia é
aproveitar os R$ 20 bilhões por ano movimentados no
sistema de recargas do pré-pago e permitir que os
recursos sejam usados para a compra de produtos e
serviços. Na prática, a mudança significaria transformar
o pré-pago em um cartão de débito.
Para atrair os clientes, a estratégia é criar promoções
com pacotes de internet. A intenção é que isso seja
integrado ao PIX, permitindo transferências. Em
entrevista ao GLOBO, o presidente da TIM, Pietro
Labriola, destaca que os recursos oriundos da telefonia
pré-paga são usados hoje apenas para serviços de
telecomunicações.
- Estamos falando com outras empresas de
telecomunicações para criar algo conjunto. A ideia é
transformar o pré-pago em um cartão de débito -
afirmou Labriola.
A carteira digital padronizada é só um dos projetos em
vista. Com um plano de negócios que prevê
investimentos de R$ 13,5 bilhões entre 2021 e 2023, a
tele deve destinar parte dos recursos à integração de
ativos da Oi. Em 2020, ela adquiriu a área de telefonia
celular da operadora carioca em parceria com Vivo e
Claro, mas o negócio depende do aval do Conselho
Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão que
regula a concorrência.
Para acelerar a migração dos cerca de 17 milhões de
clientes da Oi, a TIM desenvolve um sistema que não
exige a troca do chip.
- Ele continua com o número da Oi, mas vai trafegar na
rede da TIM. Em uma cidade pequena, se tivesse que
obrigar todo mundo a trocar o chip, seria difícil -
explicou.
Segundo o executivo, a transferência vai ocorrer para a
operadora de menor fatia nas áreas de DDD, o que, de
acordo com Labriola, resultaria em impacto mínimo na
taxa de concentração.
A empresa se prepara para o leilão do 5G este ano e
comemora a decisão do governo de permitir a
participação da chinesa Huawei como fornecedora de
equipamentos. O executivo espera que novos
fabricantes de infraestrutura cheguem ao Brasil, além da
participação de Ericsson e Nokia.
- Não podemos entrar em conversa de caráter
geopolítico. Do ponto de vista industrial, o ideal é uma
competição aberta com a maior quantidade de
fornecedores - afirmou Labriola.
A companhia mira ainda novas aquisições. Além do
banco digital C6, do qual é acionista, pretende ampliar
os negócios para segmentos como ensino à distância e
telemedicina.
- Todo mundo que está virando digital precisa de
crescimento rápido. Para isso, é preciso se juntar a