Banco Central do Brasil
Correio Braziliense/Nacional - Opinião
sábado, 6 de março de 2021
Cenário Político-Econômico - Colunistas
servos, e não senhores. Líderes, gestores e servidores,
todos precisam internalizar e se comprometer com cada
um dos valores que regem a atividade do Estado. Só
assim, a mudança de paradigma poderá ser efetivada.
Colocar em prática os princípios constitucionais
depende de uma comunicação clara entre os líderes e
suas equipes, cujos integrantes não podem ser
surpreendidos com desafios incompreensíveis ou com
os quais não se identifiquem. Comunicar as atividades
de modo eficaz, desde o início, garante que todos
assimilem a missão e a visão sobre a mudança.
Atuando na 4ª Vara Federal de Niterói por mais de 20
anos, constatamos que a qualidade e a produtividade do
trabalho aumentam à medida que cada gestor,
colaborador e servidor internaliza o significado dos
princípios e valores que regem suas tarefas. Líderes
precisam engajar as pessoas em torno de princípios,
objetivos e metas. Como resultado dessa mentalidade,
encerramos 2020 sem processos em atraso, sejam
despachos ou decisões e, em anos anteriores,
recebemos o reconhecimento do Conselho Nacional de
Justiça (CNJ) e do Instituto Innovare, dedicado a
disseminar as boas práticas no mundo jurídico. A
motivação e a capacidade técnica das equipes devem
ser cultivadas.
A gestão (em especial a de pessoas, mais do que de
processos) é, portanto, um dos pilares mais importantes
da efetiva transformação dos órgãos e das instituições
públicas a partir de mudanças na concepção de suas
atividades. Cabe aos gestores o compromisso com o
desenvolvimento permanente e com a humildade
intelectual, permitindo a evolução e a contribuição de
todos, sem se isolar. Um gestor de excelência não
chefia. Ele lidera, engaja, reúne, cria condições de
elevação individual e coletiva. A partir disso, os serviços
prestados melhoram. A sociedade retribui manifestando
respeito e satisfação com os serviços entregues.
Outro dever do gestor é utilizar as ferramentas já
existentes no regime jurídico para repreender, corrigir,
punir, reeducar e, se preciso, excluir do serviço público
os servidores que não agirem de forma correta, ou por
corrupção, ou desídia, ou incompetência. A leniência
prejudica o serviço público e, levada ao extremo, coloca
em risco a estabilidade que protege mais a sociedade
do que os próprios servidores, garantindo maior
profissionalismo, segurança e serviço ao Estado, e não
aos detentores eventuais do governo.
Adotar novos paradigmas que representem a
efetividade dos princípios e valores institucionais
significa que não podem ser apenas palavras
estampadas nos textos legais. Eles precisam ser
materializados, internalizados e ressignificados a cada
dia, gerando uma compreensão perfeita de seus
objetivos. Assim, a contribuição dos valores públicos
para a eficiência da gestão no serviço público
representa não somente um arcabouço de princípios
para orientar os órgãos e as instituições públicas, mas,
também, o dever de buscar, permanentemente, a
transformação dos serviços entregues à sociedade.
Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-
Econômico - Colunistas