Policiais ensaiam rompimento
Banco Central do Brasil
Correio Braziliense/Nacional - Política
sábado, 6 de março de 2021
Banco Central - Perfil 1 - Reforma da Previdência
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Autor: AUGUSTO FERNANDESINGRID SOARES
A classe policial do país ameaça romper o apoio ao
governo depois de a proposta de emenda à Constituição
(PEC) Emergencial ter sido aprovada no Senado com
um texto estabelecendo que a categoria ficará com
salários, promoções, progressões e concursos
suspensos enquanto durar o decreto de calamidade
pública, devido à covid-19, e quando as despesas do
governo federal atingirem 95% de sua receita. A área é
uma das que compõem fortemente a base eleitoral do
presidente Jair Bolsonaro e pode abandonar o barco da
corrida presidencial de 2022.
Na votação do texto, nesta semana, foi apresentada
uma emenda à matéria pelo senador Marcos do Val
(Podemos-ES) para livrar os policiais das vedações. A
liderança do governo na Casa, contudo, orientou pela
rejeição do destaque, e Flávio Bolsonaro (Republicanos-
RJ) foi um dos 36 parlamentares que votaram contra a
proposta de eximir os profissionais da segurança
pública das restrições -- apenas 27 senadores se
posicionaram a favor.
A atitude do governo revoltou instituições policiais, que
acusaram o Executivo de tratar a categoria com
descaso e apenas com interesses eleitorais, além de
não priorizar a valorização da segurança pública. "Com
tal medida, não resta outra alternativa a não ser a
adoção de estado de alerta e mobilização permanente,
a fim de combater o desmonte econômico, social e
profissional que vem sendo imposto ao serviço público e
à toda a segurança pública brasileira", lamentou a União
dos Policiais do Brasil (UPB), em nota assinada por
outras 24 entidades.
Ainda segundo a associação, "ao encaminhar um
projeto chantagista ao Congresso e determinar a
rejeição de destaque que visava evitar danos
substanciais aos policiais civis e demais profissionais de
segurança pública, atuantes na linha de frente no
combate à pandemia e cujo trabalho vem sendo feito de
forma ininterrupta ao longo desta profunda crise
sanitária pela qual passamos, o governo demonstrou
que não cumpre nem pretende cumprir as promessas
de valorização dessas categorias e de desenvolvimento
do setor".
A Federação Nacional dos Policiais Rodoviários
Federais (FenaPRF) reclamou que não é de hoje que o
governo decepciona a área e lembrou que, na
tramitação da reforma da Previdência, em 2019, o
Executivo não apresentou uma proposta capaz de
atender às expectativas da classe. Segundo a
associação, as modificações nas regras só aconteceram
graças à articulação de entidades policiais junto ao
Congresso.
Reversão
Como a PEC Emergencial ainda precisa da aprovação
da Câmara para ser promulgada, as classes policiais
trabalharão para tentar modificar a matéria com os