Clipping Banco Central (2021-03-06)

(Antfer) #1

As negociações coletivas depois da pandemia


Banco Central do Brasil

O Estado de S. Paulo/Nacional - Economia
sábado, 6 de março de 2021
Banco Central - Perfil 1 - Reforma trabalhista

Clique aqui para abrir a imagem

O impacto da pandemia de covid-19 sobre o mercado
de trabalho fortaleceu algumas tendências que já se
observavam no final de 2019 nas negociações salariais
coletivas, mas pode estar criando outras.


Uma das que se mantêm é a compressão dos salários.
Desde dezembro de 2019, em média, os trabalhadores
não obtêm reajustes salariais acima da inflação. E é
muito provável que, com as altas taxas de desocupação
aferidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) e com a aceleração do índice de
preços que costuma balizar as negociações entre
empregados e empregadores, a situação se mantenha
em 2021.


"As projeções para o índice Nacional de Preços ao
Consumidor (INPC, utilizado nas negociações salariais)
estão acima de 5% até novembro", projeta o boletim
Salariômetro, elaborado mensalmente pela Fundação
Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) da
Universidade de São Paulo. "Aumentos reais
continuarão raros e, quando ocorrerem, serão
pequenos."


O título principal do boletim é sugestivo: O salário
continua perdendo da inflação. Em janeiro, de acordo
com o estudo, apenas 11,2% das negociações
resultaram em aumento real. O reajuste mediano ficou
em 5,1%, menos que a variação acumulada pelo INPC
em 12 meses, de 5,4%.

Em 61,8% das negociações, o aumento ficou abaixo do
INPC e em apenas 27,0% houve ganho real. Em
condições normais, a proporção de acordos com
aumentos reais é bem maior do que a dos demais.

Há, porém, novidades nos contratos coletivos (entre
empresas e o conjunto de empregados) e convenções
coletivas (entre sindicatos) firmados nos últimos meses.
Em janeiro, pela primeira vez, o número de negociações
coletivas superou o de janeiro de 2017, primeiro ano de
vigência da reforma trabalhista.

Em 2018, o número correspondia a 67% do registrado
no ano anterior e, em 2019, a apenas 56% do total de


  1. As agudas e rápidas transformações do mercado
    e das condições de trabalho decerto fortaleceram a
    busca de negociações.


E estimularam a discussão de cláusulas que marcam as
formas de trabalho impostas pela pandemia:
fornecimento de equipamentos pelo empregador, ajuda
de custo para manutenção de móveis e equipamentos e
prevenção e promoção de saúde ocupacional,
ergonômica e mental.

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 1 -
Reforma trabalhista
Free download pdf