Deu amor e acolhida a mães e bebês
Banco Central do Brasil
Folha de S. Paulo/Nacional - Cotidiano
sábado, 6 de março de 2021
Cenário Político-Econômico - Colunistas
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Autor: Patrícia Pasquini
ADENILZA LÁZARA DE SOUZA (1974-2021)
A enfermeira Adenilza Lázara de Souza uniu a paixão
por crianças ao desejo de trabalhar com o público e
decidiu seguir carreira na área da saúde.
Subiu degrau por degrau. Começou como auxiliar de
enfermagem, graduou-se na mesma área, na Uninove,
e ainda investiu empós-graduação em enfermagem
obstétrica e amamentação.
Da segunda nem conseguiu apresentar o TCC
(Trabalho de Conclusão de Curso). Infectada pelo
coronavírus, Adenilza morreu dia 27 de fevereiro, aos
47 anos.
O esposo Fernando Aparecido dos Santos, 57, policial
militar da reserva, conta que ela era adepta aos
procedimentos humanizados.
"Ela adorava trabalhar com partos, aproveitando a
experiência dos muitos estágios que fez. Em
congressos e cursos, sempre tentava se especializar
para oferecer o melhor serviço. A Adenilza era dedicada
e gostava muito do que fazia", diz Fernando.
A jornalista Adriana Kiichler, 39, a conheceu num
coletivo de mães. Adenilza as auxiliava para a
amamentação.
"Ela era carinhosa, paciente, tão apreciada e querida
pelas mães que elas passavam o contato dela como se
fosse um presente. A Adenilza ia além do profissional.
Ela conversava, passava conforto e ajudava as mães
em seus momentos de fragilidade. Pegava as mães
pelas mãos e cuidava delas. Tinha o olhar duplo, para a
mãe e o bebê", conta.
"Em algum momento, vou contar à minha filha como ela
foi importante para dar de mamar a ela", completa
Adriana.
Em 2018, Adenilza aproveitou a aposentadoria de
Fernando e preparou a mudança para uma cidade mais
tranquila. Em maio de 2021, o casal completaria 30
anos de matrimônio, juntos tinham quatro filhos.
Adenilza prestou concurso para o cargo de enfermeira
obstetra na Prefeitura de Miracatu (13 8 km de SP) , foi
aprovada e tomou posse em abril de 2020, quando
mudou-se para o município. Ela e Fernando se
conheceram num ônibus, em 1989. Ambos moravam
em Campo Limpo (zona sul) e trabalhavam no centro.
Apaixonada por animais, Adenilza tinha quatro gatos e
um cachorro, e cuidava de 11 gatos abandonados.
MARILENE PAIXÃO VOLPI
Aos 62, casada com Admilson Aparecido Volpi, deixa os
filhos Kelly e Leonardo.
Sexta (5/3). Cemitério Municipal de Bebedouro,
Bebedouro (SP)