Clipping Banco Central (2021-03-07)

(Antfer) #1

E hora de reindustrializar


Banco Central do Brasil

O Estado de S. Paulo/Nacional - Notas e Informações
domingo, 7 de março de 2021
Banco Central - Perfil 1 - Caderneta de poupança

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Boas notícias para começar: a produção industrial
cresceu 0,4% em janeiro, aumentou 42,3% em nove
meses consecutivos de alta e superou com folga a
perda de 27,1% acumulada no primeiro grande impacto
econômico da pandemia. O volume produzido em
janeiro foi 2% superior ao de um ano antes. Os números
foram positivos em duas das quatro grandes categorias
de produtos, com avanço mensal de 4,5% na fabricação
de bens de capital (principalmente máquinas e
equipamentos) e de bens de consumo semiduráveis e
não duráveis, onde se enquadram alimentos,
perfumaria, calçados e produtos de limpeza. A indústria
automobilística, uma das mais afetadas pela crise,
também continuou em recuperação. O número de
veículos, carrocerias e reboques produzidos foi 4,8%
maior que o de janeiro de 2020.


A reação, no entanto, continuou perdendo impulso. É
preciso dar atenção a isso, mas é necessário buscar
algo mais que retomada. É urgente pensar em algo
mais ambicioso, um roteiro de reindustrialização.


A reação inicial, depois do tombo de 27,1%, foi
vigorosa, com avanços de 8,7% em maio e 9,6% em


junho. Depois, foi ficando mais lenta, mês a mês. A
evolução do consumo, por enquanto conhecida até
dezembro, também foi menos vigorosa nos meses finais
de 2020. Isso é atribuível, em parte, à redução do
auxílio emergencial a partir de setembro. Além disso, as
condições de emprego permaneceram ruins.

A atividade industrial, embora em recuperação, refletiu a
insegurança e a maior cautela dos consumidores nessa
fase. As dificuldades de milhões de famílias são
evidenciadas pelos saques da poupança em janeiro e
em fevereiro. O dinheiro armazenado, com muita
prudência, durante boa parte de 2020, é agora
necessário para despesas inadiáveis. Não há como
negar a urgência de uma retomada, embora parcial, do
auxílio financeiro às famílias necessitadas.

Não se trata apenas de solidariedade. Sem reforço do
consumo, toda a recuperação econômi- ca poderá ser
prejudicada. Isso inclui, naturalmente, a criação de
empregos. O Brasil fechou 2020 com desocupação de
13,4 milhões de pessoas (13,5% da população ativa) e
31,2 milhões de pessoas subutilizadas
(desempregadas, subocupadas por insuficiência de
horas ou apenas integradas na força de trabalho
potencial).

É preciso levar em conta esses dados para avaliar as
condições da recuperação industrial. Além de ter
perdido impulso no segundo semestre de 2020, a
retomada tem sido desigual. Em janeiro, houve
resultados negativos em 14 ramos de atividade
industrial, pouco mais de metade dos 26 cobertos pela
pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE).

Um ramo ficou estável e os demais cresceram. Nada
igual a isso foi observado nos oito meses anteriores de
recuperação do setor industrial.

No confronto com janeiro de 2020 o quadro ficou um
pouco melhor. Além do aumento geral de 2%, houve
maior número de ramos com resultados positivos: 18
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