Clipping Banco Central (2021-03-07)

(Antfer) #1

Negócios do presidente têm semelhanças com os de Flávio


Banco Central do Brasil

Folha de S. Paulo/Nacional - Poder
domingo, 7 de março de 2021
Banco Central - Perfil 1 - COAF

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Autor: Ttalo Nocueira


O presidente Jair Bolsonaro fez transações semelhantes
às que levantaram suspeitas contra o seu filho Flávio
Bolsonaro (Republicanos-RJ) na investigação do caso
da 'rachadinha"'. Parte delas foram identificadas na
quebra dos sigilos bancário e fiscal anulada pela Quinta
Turmado STJ (Superior Tribunal de Justiça).


Os dados mostram uso de dinheiro vivo pelo presidente
para ajudar o filho a adquiriri móveis e dinheiro de
funcionária de seu antigo gabinete na Câmara dos
Deputados abastecendo as contas de Fabrício Queiroz,
suposto operador financeiro do esquema.


Até mesmo os repasses identificados da família Queiroz
para a conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro são
maiores do que os comprovados para a dentista
Fernanda Bolsonaro, mulher de Flávio.


Informações públicas também indicam semelhanças
entre a compra da casa na Barra de Jair Bolsonaro às
transações imobiliárias que levaram ao aprofundamento
de investigações contra Flávio.


Embora seja mencionado no material recolhido pelo
Ministério Público do Rio de Janeiro, o presidente não
foi alvo das apurações. Em razão do cargo, ele só pode
ser investigado por atos cometidos durante o mandato.

O filho mais velho do presidente é acusado pelo MP-RJ
de liderar um esquema para se apropriar de parte do
salário de 12 funcionários fantasmas em seu gabinete
na Assembleia entre 2007 e 2018, período em que
Queiroz esteve subordinado ao senador.

De acordo como MP-RJ, foram desviados R$6,
1milhões dos cofres públicos, dos quais R$2, 08
milhões comprovadamente repassados para Queiroz.
Investigadores afirmam que outros R$2, 15 milhões
sacados das contas dos supostos funcionários
fantasmas também podem ter sido disponibilizados à
organização criminosa.

A defesa do senador nega as acusações e afirma que a
denúncia do MP-RJ tem 'erros bizarros'. O Planalto não
respondeu até a publicação desta reportagem.

A denúncia afirma que os recursos da 'rachadinha'
circularam prioritariamente por meio de dinheiro vivo.
Segundo a acusação, um meio de la vagem de dinheiro
foi a aquisição de imóveis. Em janeiro, Flávio fez a 20º
transação imobiliária ao adquirir uma mansão em
Brasília.

O presidente se envolveu diretamente com dinheiro vivo
numa das transações imobiliárias de seu filho. A
declaração para Imposto de Rendado senador informa
que, em 2008, Jair Bolsonaro lhe emprestou R$ 55 mil
em espécie.

Esse empréstimo, bem como os realizados da mesma
forma por Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e ex-
assessores do presidente, deram lastro financeiro para
a compra de 12 salas comerciais por Flávio em 2008.
Foram no total R$230 mil de empréstimos com recursos
em espécie.
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