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Bolsonaro precisa ser interditado


Banco Central do Brasil

Folha de S. Paulo/Nacional - Mercado
domingo, 7 de março de 2021
Cenário Político-Econômico - Colunistas

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Autor: Vinícius Torres Freire


O atraso da Fiocruz e da importação de vacinas da índia
vai deixar o Brasil sem 15,2 milhões de doses d a
AstraZeneca/ Oxford em março. Seria o bastante para
vacinar 7,5 milhões de pessoas do grupo de mais de 60
anos, no qual morrem mais de 74% das vítimas de
Covid-19. Levando em conta o número diário de mortes
recente, esse buraco de um mês na vacinação vai
ameaçar a vida de uns 7.400 idosos. Nem todos seriam
salvos, pois a vacina leva tempo para fazer efeito. Mas
milhares morrerão porque faltaram essas vacinas.


Ê um exemplo aritmético do terror, que pode ficar pior. É
preciso instalar uma espécie de governo de salvação
nacional da saúde, uma articulação de governadores.
prefeitos e Congresso capaz de aprovar medidas legais
e administrativas a fim de garantir vacinas e
providências epidemiológicas coordenadas. Jair
Bolsonaro está em campanha contra a República
Federativa e contra a segurança nacional sanitária.
Como não será impichado, precisa ser neutralizado.


Ainda que o novo cronograma federal de vacinas fosse


cumprido, já seria tarde. A economia vai afundar pelo
menos até abril. Sem antecipar vacinas, afundará por
mais tempo. O vírus pode se espalhar a ponto de
causar uma epidemia de variantes incontroláveis. O
genocídio de março já está dado. O de abril, quase
garantido. Há que se evitar a marca de 400 mil mortes
em maio.

Parte do novo cronograma do Ministério da Saúde para
março e abril ainda é ficção. Parte é incerteza: houve
um problema na produção dos primeiros lotes da
Fiocruz, das vacinas que serviríam para um teste antes
da fabricação "industrial". Com essa falha, em vez de
entregar 15 milhões de doses em março, a Fiocruz vai
entregar apenas 3,8 milhões (ainda tentam salvar
alguma coisa mais).

Um calendário obtido por este jornalista no governo
federal prevê 32 milhões de doses da vacina da
AstraZeneca/Oxford em abril. Mas a Fiocruz por ora
estima poder entregar 25 milhões, se é que a fábrica
não vai quebrar de novo. As doses de
AstraZeneca/Oxford que seriam importadas da índia, do
Ser um, dependem de boa vontade política: é grande a
pressão para barrar a venda para o exterior.

No calendário, o ministério inclui doses da Covaxin,
outra indiana, 8 milhões em março e mais 8 milhões em
abril. Mas essa vacina não tem licença da Anvisa, que
começou a conversar com a fabricante apenas na
quinta-feira. Aliás, nem mesmo as vacinas AstraZenec
a/Oxford a serem fabricadas pela Fiocruz foram
autorizadas pela Anvisa. Espera-se que o sejam até 12
de março.

No calendário federal consta a entrega de um número
otimista de doses do Butantan para abril. O instituto
espera, sim, antecipar a entrega de vacinas, mas isso
não é certo. Ainda para abril, o governo prevê a
chegada de 2,9 milhões da Covax e 400 mil doses de
Sputnik, que também não foi aprovada pela Anvisa.

Em resumo, o governo espera receber 94,1 milhões de
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