Clipping Banco Central (2021-03-07)

(Antfer) #1

Bolsonaro multiplica por 10 número de militares no comando de estatais


Banco Central do Brasil

Folha de S. Paulo/Nacional - Mercado
domingo, 7 de março de 2021
Banco Central - Perfil 2 - TCU

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Autor: Catia Seabra e Diego Garcia


Quando o general Joaquim Silva e Lima assumir a
presidência da Petrobras, o número de militares na
cúpula das maiores estatais com participação da União
consolidará uma marca história. Serão 92 cargos de
comando ocupados por representantes das Forças
Armadas, inclusive no conselho de administração.


Como Luna deve levar auxiliares militares, o número
será maior, aproximando o efetivo da marca de uma
centena.


Nesses pouco mais de dois anos, o governo de Jair
Bolsonaro (sem partido) multiplicou por dez o número
de militares na alta gestão de boa parte das estatais.
Em 2018, quando Michel Temer encerrou sua gestão,
eram nove cargos de comando com militares.


Os dados consideram a estrutura no topo das 19
estatais vinculadas à União, incluindo as com maior
peso, Petrobras e Eletrobras. O levantamento foi obtido
p ela Folha por meio da LAI (Lei de Acesso à
Informação). A apuração foi reforçada por coletas


complementares nos sites dessas empresas ou
repassadas por suas assessorias de imprensa.

Na lista também estão estatais como Correios, Serpro,
Infraero e Casa da Moeda.

Josué Pellegrini, diretor da IFI (Instituição Fiscal
Independente) do Senado, tem estudos sobre o
tamanho do Estado na economia e a situação financeira
de empresas públicas. Ele afirma que é preciso
entender a estrutura das estatais brasileiras para
dimensionar o tamanho do poder de influência de um
comando.

"Conselheiros e presidentes dão diretrizes para as
empresas e diretores executam", explica. "Quando se
trata de uma estatal, o comando faz diferença para
determinar os rumos não apenas daquela empresa mas
também de suas subsidiárias, que podem ser muitas, a
depender da companhia", afirma.

O boletim mais recente do Ministério da Economia que
contabiliza o número de estatais ligadas à União é do
primeiro trimestre de 2020. Naquele momento, havia
197 estatais federais. Ocorre que 46 estavam sob
controle direto da União. As demais 151 eram
subsidiárias de apenas 5 daquelas 46: Eletrobras (69
subsidiárias), Petrobras (49), Banco do Brasil (26),
Caixa Econômica Federal (5) e BNDES (2).

Sendo assim, quando Lima assumir a Petrobras, a
influência dos militares vai se expandir por 50 estatais,
considerando a própria Petrobras e as demais
subsidiárias.

Considerando que os militares também estão na
Eletrobras, o poder de fogo vai abarcar 120 estatais -
61% de todas as empresas ligadas direta ou
indiretamente à União.

No mês passado, um levantamento da Folha mostrou
que, das 46 estatais controladas diretamente pela
União, 15 são presididas por militares no governo de
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